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Bi, Diego Hypólito mira Pequim
Depois de vencer com folga no maior Mundial de todos os tempos, ginasta afirma que trocará série
Título no solo coloca brasileiro em rol que já inclui nomes consagrados e coroa melhor participação do Brasil em Pré-Olímpicos
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Diego Hypólito ratificou ontem, em Stuttgart (ALE), a condição de principal ginasta do
Brasil, conquistou seu segundo
título mundial no solo e agora
passa a integrar uma galeria de
multicampeões do esporte.
O ginasta, que disputava sua
quinta final consecutiva do
aparelho, foi soberano no tablado do ginásio Hanns-Martin-Schleyer, tirando 16,150; 0,1
ponto a mais do que havia obtido na fase de classificação.
"Estou 200 vezes mais feliz
neste título do que no primeiro,
porque hoje é aniversário da
minha irmã [Daniele Hypólito,
23], estou ao lado do meu treinador [Renato Araújo] e o Brasil conquistou a vaga olímpica
no masculino", diz Diego. "Isso
sem contar que venci no maior
Mundial de todos, um Pré-Olímpico, o que não é fácil."
Sexto atleta a se apresentar
na final, Diego, 21, atuou sem
pressão, já que seu principal
adversário, o chinês Kai Zou,
dono da maior nota da classificação (16,275 pontos), havia falhado, tirando apenas 15,550.
"Competi tranqüilo. Vi que o
chinês não tinha se saído bem.
Mas meu trunfo foi o aquecimento, que foi perfeito. Isso intimidou os rivais", comenta.
Agora o brasileiro é o décimo
ginasta na história a ostentar
mais de um título mundial de
solo, em lista na qual figuram
nomes consagrados como os de
Vitaly Scherbo (Belarus), Kurt
Thomas (EUA), Tong Fei (China) e Masao Takemoto (Japão).
E mais: Diego é o único a figurar no pódio do solo por três
Mundiais consecutivos neste
século, já que, além do título em
Melbourne-05, ele conquistou
a prata em Aarhus-06. "Só de
estar ao lado desses atletas já
diz tudo. Estou deslumbrado."
Dos sete rivais da final, Diego
já havia encarado seis. O único
sobre o qual não levava vantagem era o espanhol Gervasio
Deferr, que arrebatou a prata,
com 15,950, seguido do japonês
Hisashi Mizutori (15,650).
Para triunfar, Diego usou o
movimento que leva seu nome,
o Hypólito, que consiste num
duplo twist carpado (movimento que consagrou Daiane
dos Santos) com uma pirueta.
Além de dar ao país sua sexta
medalha em Mundiais -o Brasil tem agora três ouros, duas
pratas e um bronze-, Diego faz
a ginástica nacional figurar pela
primeira vez com dois pódios
numa única edição do torneio,
contando o bronze de Jade Barbosa no individual geral
"Estamos mais do que felizes.
E estamos nos acostumando a
sair do Mundial com medalha,
o que é ótimo", diz Eliane Martins, supervisora de seleções da
confederação brasileira.
Diego, que já havia feito história ao se tornar o primeiro
atleta do país no masculino a
vencer na Copa do Mundo e no
Mundial e ter seu nome inscrito no código de pontuação, põe
todo o foco agora na Olimpíada.
Confirmado pela CBG como
o dono da vaga masculina do
país em Pequim-08, ele diz que
trocará sua série para o evento.
"Para o ano que vem, ela será
diferente e muito mais difícil.
Pois só assim terei chances",
declara o atleta, que cercou a
vaga olímpica de todas as formas -se a seleção não a tivesse
obtido, Diego estaria classificado pelo individual geral e também pelo título mundial.
Agora, o atleta quer matar a
saudade da família. "São dois
meses fora de casa, se contar a
preparação para o Pan e para o
Mundial", conta o bicampeão.
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