São Paulo, domingo, 09 de setembro de 2007

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Bi, Diego Hypólito mira Pequim

Depois de vencer com folga no maior Mundial de todos os tempos, ginasta afirma que trocará série

Título no solo coloca brasileiro em rol que já inclui nomes consagrados e coroa melhor participação do Brasil em Pré-Olímpicos

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Diego Hypólito ratificou ontem, em Stuttgart (ALE), a condição de principal ginasta do Brasil, conquistou seu segundo título mundial no solo e agora passa a integrar uma galeria de multicampeões do esporte.
O ginasta, que disputava sua quinta final consecutiva do aparelho, foi soberano no tablado do ginásio Hanns-Martin-Schleyer, tirando 16,150; 0,1 ponto a mais do que havia obtido na fase de classificação.
"Estou 200 vezes mais feliz neste título do que no primeiro, porque hoje é aniversário da minha irmã [Daniele Hypólito, 23], estou ao lado do meu treinador [Renato Araújo] e o Brasil conquistou a vaga olímpica no masculino", diz Diego. "Isso sem contar que venci no maior Mundial de todos, um Pré-Olímpico, o que não é fácil."
Sexto atleta a se apresentar na final, Diego, 21, atuou sem pressão, já que seu principal adversário, o chinês Kai Zou, dono da maior nota da classificação (16,275 pontos), havia falhado, tirando apenas 15,550.
"Competi tranqüilo. Vi que o chinês não tinha se saído bem. Mas meu trunfo foi o aquecimento, que foi perfeito. Isso intimidou os rivais", comenta.
Agora o brasileiro é o décimo ginasta na história a ostentar mais de um título mundial de solo, em lista na qual figuram nomes consagrados como os de Vitaly Scherbo (Belarus), Kurt Thomas (EUA), Tong Fei (China) e Masao Takemoto (Japão).
E mais: Diego é o único a figurar no pódio do solo por três Mundiais consecutivos neste século, já que, além do título em Melbourne-05, ele conquistou a prata em Aarhus-06. "Só de estar ao lado desses atletas já diz tudo. Estou deslumbrado."
Dos sete rivais da final, Diego já havia encarado seis. O único sobre o qual não levava vantagem era o espanhol Gervasio Deferr, que arrebatou a prata, com 15,950, seguido do japonês Hisashi Mizutori (15,650).
Para triunfar, Diego usou o movimento que leva seu nome, o Hypólito, que consiste num duplo twist carpado (movimento que consagrou Daiane dos Santos) com uma pirueta.
Além de dar ao país sua sexta medalha em Mundiais -o Brasil tem agora três ouros, duas pratas e um bronze-, Diego faz a ginástica nacional figurar pela primeira vez com dois pódios numa única edição do torneio, contando o bronze de Jade Barbosa no individual geral
"Estamos mais do que felizes. E estamos nos acostumando a sair do Mundial com medalha, o que é ótimo", diz Eliane Martins, supervisora de seleções da confederação brasileira.
Diego, que já havia feito história ao se tornar o primeiro atleta do país no masculino a vencer na Copa do Mundo e no Mundial e ter seu nome inscrito no código de pontuação, põe todo o foco agora na Olimpíada.
Confirmado pela CBG como o dono da vaga masculina do país em Pequim-08, ele diz que trocará sua série para o evento.
"Para o ano que vem, ela será diferente e muito mais difícil. Pois só assim terei chances", declara o atleta, que cercou a vaga olímpica de todas as formas -se a seleção não a tivesse obtido, Diego estaria classificado pelo individual geral e também pelo título mundial.
Agora, o atleta quer matar a saudade da família. "São dois meses fora de casa, se contar a preparação para o Pan e para o Mundial", conta o bicampeão.


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