São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2008

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VÔLEI

As decepções e o adeus


Itália e Rússia passam por mudanças após fracasso em Pequim; Fofão deixa seleção, mas técnico a quer em 2010

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

OS JOGOS de Pequim provocaram uma alteração na geografia do vôlei mundial. No feminino, o Brasil conquistou sua primeira medalha de ouro olímpica e agora é o time a ser batido. Já duas seleções consideradas favoritas despencaram na China: Rússia e Itália.
O time russo, atual campeão mundial e fantasma do Brasil nos últimos anos, ficou em sétimo, atrás até do Japão. A equipe estava com suas principais atacantes, Sokolova, Artamonova, Gamova e Godina, mas mostrou um ataque muito lento e sentiu falta de uma boa levantadora.
O fiasco teve conseqüências: Artamonova, Godina e Sokolova, todas já trintonas, deixaram a seleção. Mais: o italiano Giovanni Caprara já foi substituído no comando do time por Vadim Pankov, técnico do Odintsovo, atual campeão russo.
O mesmo caminho seguiu a auxiliar técnica de Caprara, Irina Kirillova. Aos 43 anos, Kirillova, campeã olímpica em 88, campeã mundial em 90 pela então União Soviética e uma das melhores levantadoras da história do vôlei, deixou a comissão técnica e voltará a jogar. O clube escolhido é o Dínamo de Moscou.
Na Itália, o técnico, Massimo Barbolini, é o mesmo, mas a decepção também foi grande. A seleção, atual campeã européia e da Copa do Mundo, não foi sequer às semifinais olímpicas -ficou em quinto.
Vale lembrar que a principal estrela do time, Taismaris Aguero, cubana naturalizada italiana, viveu dias difíceis e não estava 100%. Antes da estréia, deixou Pequim para voltar a Cuba e visitar a mãe, que tinha poucos dias de vida. Não obteve o visto e voltou à China arrasada.
O certo é que o título olímpico ficou com a seleção que tinha a melhor levantadora. Fofão deu um show em Pequim: ela colocou em prática uma variação de jogadas jamais vista antes no vôlei feminino.
Será difícil encontrar uma levantadora para substituir Fofão, que no domingo se despediu da seleção. O técnico Zé Roberto ainda não desistiu: convenceu a reserva Carol a continuar. Agora, vai insistir para Fofão voltar no Mundial-2010 e conquistar o único título que falta ao Brasil.

NÃO PÁRA, NÃO PÁRA
O refrão, tema de uma das músicas da torcida do Corinthians, é perfeito para as jogadoras da seleção brasileira. Depois de Pequim-2008, elas disputaram o torneio de Fortaleza, encerrado no domingo. No dia 19, defendem seus clubes na Copa do Brasil. No dia 27, participam de torneio internacional em São Paulo. Ufa!

REENCONTRO
O central Gustavo, da seleção, reapresenta-se hoje no Treviso, na Itália, e encontrará um novo companheiro de equipe: Ricardinho. O levantador, que deixou o Modena, está treinando com o time do técnico Renan desde agosto.

cidasan@uol.com.br



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