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São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2003

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FUTEBOL

Com pontos corridos, times de bom desempenho em finais fracassam e ficam longe de título e vaga na Libertadores

Ases do mata-mata sucumbem no BR-03

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na primeira versão do Campeonato Brasileiro com pontos corridos, os clubes de melhor aproveitamento em decisões na competição vão mal. Já times com histórico de "mortes na praia" estão perto do título ou de uma vaga na Taça Libertadores em 2004.
Até hoje, 13 clubes disputaram pelo menos duas decisões do mais importante campeonato do país. Destes, só seis ostentam um aproveitamento igual ou superior a 50% em finais do Nacional.
Nessa turma, só o Internacional (venceu três das quatro decisões que fez até hoje) faz bom papel agora -começou a rodada no quinto lugar, dentro da zona de classificação à Libertadores.
Os outros reis do mata-mata mais importante do Brasileiro estão bem longe do topo da elite.
O caso mais dramático é o do Grêmio, que só foi derrotado em uma das três finais que jogou. Os gaúchos estão na lanterna da edição 2003 desde o início do segundo turno e estão muito perto da segunda divisão, na qual está o Palmeiras, que ficou com o título nacional em quatro das seis vezes em que foi até uma final.
Três das equipes mais populares do país e que também têm lugar no rol de "matadores" em decisões fazem papel de figurante.
O Flamengo, que nunca perdeu no campo uma final de Brasileiro, reagiu nas últimas rodadas, mas iniciou o final de semana apenas na nona posição na tabela.
Papel muito pior fazem Corinthians (50% de aproveitamento em decisões de Brasileiro) e Vasco (foi batido em apenas duas das seis oportunidades que teve a chance de decidir o certame).
Com uma série atual de quatro derrotas consecutivas, o time paulista era até o início da 42ª rodada o 15º na classificação, apenas dois pontos à frente do clube de São Januário, cuja diretoria, chefiada por Eurico Miranda, é uma das mais ferrenhas adversárias dos pontos corridos.
Enquanto os ases do mata-mata fracassam, outros grandes sem a mesma competência e sorte na hora H do Nacional colhem bons frutos no até então inédito sistema de pontos corridos.
A começar pelo maior candidato ao título, o Cruzeiro.
Único dos fundadores do Clube dos 13 que ainda não tem na sua galeria o troféu de campeão brasileiro, o clube de Minas Gerais já disputou e perdeu três decisões do torneio -em 1974, 1975 e 1998. Além disso, apesar de ter tido o melhor aproveitamento da edição de 1996, também passou em branco naquela ocasião.
Na disputa pelas vagas na Libertadores, estão outros clubes que tiveram muitos dissabores no sistema de séries eliminatórias.
É o que aconteceu no ano passado com o São Paulo. O time do Morumbi, que perdeu quatro das sete finais que fez no Nacional (foi vice uma outra vez em um triangular), liderou com folga a primeira fase, mas acabou sucumbindo nas quartas-de-final diante do Santos e não conseguiu vaga no torneio sul-americano, objetivo que pode ser alcançado agora, apesar de registrar uma performance bem mais modesta.
Atlético-MG e São Caetano, acostumados a morrer na praia, também podem sair do Brasileiro-03 com algum lucro (uma vaga na próxima Libertadores).
O time mineiro é a maior vítima do mata-mata. O Atlético-MG terminou entre os quatro primeiros do Brasileiro em 14 oportunidades, recorde do campeonato. O clube, entretanto, só ficou com o título uma única vez -em 1971, quando não houve final, e sim um triangular decisivo.
Já o São Caetano tem fama mais recente de tremer em finais. O time do ABC foi vice-campeão em 2000 e 2001. No ano passado, caiu nas quartas-de-final.



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