DA REPORTAGEM LOCAL

Ter autonomia para preparar os atletas não exime as confederações de problemas na hora de elaborar o projeto da pré-temporada olímpica.
Um caso emblemático ocorre com a Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno, que já tem dois competidores classificados para Atenas-2004: Daniel Santos e Samantha Harvey.
O presidente Hélio Meirelles Cardoso começou a elaborar um audacioso plano de aclimatação que passaria por várias cidades, mas esbarrou nas profissões que seus comandados exercem paralelo aos treinamentos.
Santos é tenente do Exército no Rio. Como militar, não pode abandonar seu posto por muitos dias seguidos.
Prata no Pan-Americano de Santo Domingo, Harvey nasceu em Nova York, estudou em Harvard e obteve PhD em literatura inglesa. Vive nos EUA com o marido brasileiro e só deixa seus afazeres para competir.
"Não posso passar por cima da vida pessoal das pessoas e agendar muitos eventos preparatórios. Vamos ver em qual modalidade os atletas têm mais deficiência e fazer um treinamento específico", conta Cardoso.
O pentatlo engloba as provas de tiro, esgrima, natação, hipismo e atletismo.
Santos cogitou até abandonar o Exército para se dedicar exclusivamente à preparação olímpica, mas acredita que é possível conciliar todas as ocupações.
"Atenas é minha prioridade. Participarei de circuitos internacionais na Europa, mas não vejo necessidade de me afastar por mais de 20 dias", diz o tenente, que divide os treinos entre a Escola de Educação Física do Exército e a Academia Militar das Agulhas Negras. (GR)


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