São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2008

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sofrido

"Gelado", São Paulo vence na emoção

Time de Muricy Ramalho, normalmente pragmático, consegue uma vitória dramática no Canindé nos minutos finais

Portuguesa 2
São Paulo 3

MARIANA BASTOS
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A fórmula para o triunfo foi ensaiada durante a semana. Pragmatismo: jogar fechado e apostar nas bolas altas. Mas, em uma partida com muitas variantes, a vitória do São Paulo veio no final, com disposição e também um pouco de sorte.
Com o gol decisivo aos 43min do segundo tempo, o resultado foi festejado pela torcida são-paulina. Afinal, o São Paulo ampliou a vantagem na liderança. Com 65 pontos, não pode mais ser alcançado por Palmeiras e Grêmio, que se pegam hoje.
Já a Portuguesa, com 36 pontos, caiu para a 18ª posição e voltou à zona de rebaixamento.
Herói do dia, Borges tornou-se o artilheiro do São Paulo no Brasileiro, ao lado de Hugo, com 11 gols. Ainda tocou a bola no último gol, após cabeceio de Zé Luis. "Pedi ao quarto árbitro que desse o gol para o Borges, pois ele é quem é o atacante", afirmou o volante.
"É um time de guerreiros. Foi um jogo difícil", avaliou Borges.
Para vencer, o São Paulo não jogou como um time dominante. Pelo contrário, desde o início, deu maior posse de bola e o campo para a Portuguesa atacar mais. Mas, na hora de sair para o jogo, tinha um Hernanes, volante adaptado como meia, inspirado. Só não fez gol.
Foi em um lance de Hernanes que o time abriu o placar. Ele sofreu falta na intermediária, após driblar adversário. Aos 8min, Jorge Wagner cobrou, o goleiro Gottardi deu rebote para o meio da área, e Borges completou para as redes: 1 a 0.
Após o gol, o São Paulo recuou e cedeu espaço no meio.
Ao lado do campo, irritado, o técnico Muricy Ramalho distribuía broncas. Reclamou dos erros de passe de Jorge Wagner, do posicionamento da zaga, da liberdade para Edno e das conclusões dos contra-ataques.
Com razão. As tabelas do trio ofensivo da Lusa deixavam o time da casa próximo do gol.
E foi em uma troca de passes que o atacante Jonas recebeu na entrada da área, driblou André Dias e chutou no canto para empatar o jogo, aos 42min.
Demorou pouco para o São Paulo retomar uma bola no meio e armar tabela na área. Aos 46min, Borges tocou para Dagoberto, recebeu de volta e chutou forte para desempatar. As broncas de Muricy podem até ter se repetido no vestiário, mas não resultaram em mudanças no São Paulo.
A Portuguesa voltou pressionando o São Paulo, cada vez mais recuado. Não chegou logo ao gol, mas deixava claros os espaços na defesa adversária.
Devido a Hernanes o time reagiu. Tanto que foi em passe dele que Rodrigo entrou na cara do gol e foi derrubado pelo goleiro Gottardi. O árbitro Wilson Seneme não deu o pênalti.
Sem ter conseguido decidir o jogo, o São Paulo sofreu o empate. Pela direita, Fellype Gabriel cruzou, e Jonas, livre, marcou de cabeça, aos 26min.
Mas, após o gol, Muricy Ramalho fez uma substituição ofensiva ao botar Éder Luis. Já o técnico da Lusa, Estevam Soares, tirou Fellype Gabriel.
O São Paulo voltou a atacar, usando bolas altas. Aos 43min, um escanteio encontrou a cabeça de Zé Luis e depois resvalou em Borges, já na linha: 3 a 2.
"O 2 a 2 seria o resultado mais justo, pois as duas equipes jogaram de igual para igual", queixou-se Jonas.


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