São Paulo, segunda-feira, 09 de novembro de 2009

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Prancheta do PVC

Paulo Vinicius Coelho - pvc@uol.com.br

O feitiço e o feiticeiro

LOGO que começou a se destacar como técnico do Goiás, Cuca gostava de contar como aprendeu a montar defesas para não sofrer gols de bola parada: "Sempre escalo dois jogadores a mais do que o número de atacantes do adversário. Aprendi com Antônio Lopes." Não é verdade que as equipes de Cuca nunca sofram gols em faltas e escanteios. Até mesmo o Fluminense levou um ontem, de Obina, mal anulado por Carlos Eugênio Simon.
Na sexta, Muricy Ramalho falava sobre a possibilidade de o Fluminense jogar com dois zagueiros, como no primeiro tempo contra o Cruzeiro, ou três, como na virada do Mineirão e em Santiago. Julgava que o Flu continuaria com seus três beques e essa seria a melhor maneira de ser marcado. Três zagueiros para lá, três para cá, o jogo fica espelhado, como dizem os treinadores. O que significava que... "Taticamente os times ficam iguais. O que decide é um lance individual ou uma bola parada", concordava Cuca, minutos antes do apito inicial.
E se o Fluminense viesse com um atacante e três armadores, Muricy? "Aí a gente faz uma linha de quatro, atrás. É vantagem poder mudar o jeito de jogar sem trocar os jogadores, como ocorria naquele São Paulo de 2007, com o Breno."
Compare essas declarações com o que você viu no jogo de ontem, e a conclusão só pode ser uma: o Palmeiras tem repertório na defesa, não tem no ataque. Porque na frente, não se muda o jeito de jogar nem trocando os nomes dos jogadores. Entra Robert, sai Obina, bola com Vagner Love, com Diego Souza e o time segue à procura de Figueroa, para o cruzamento.
O melhor momento do Palmeiras no jogo do Maracanã, entre os 25min e os 30min do primeiro tempo, foi de poucas trocas de passe. E de cruzamentos de Figueroa. O primeiro foi cortado, deu em escanteio. Cobrado o córner, novo cabeceio da defesa, outra procura por Figueroa. Dali o cruzamento para Obina fazer o gol anulado.
Enquanto isso, o Flu usava os laterais às costas de Figueroa e Armero. E abria Maicon para arrastar zagueiro com ele. Uma das arrancadas de Maicon, pela esquerda, resultou em escanteio. Gol de Fred.
Muricy, afinal, nunca afirmou que seus times não sofrem gol de falta ou escanteio.

O CANDIDATO
Em 2007, o Flamengo foi à Libertadores vencendo no Maracanã. Como se fosse refém disso, é visto com desconfiança quando tem chance de título. O Fla pode levar a taça pelo que faz fora do Maracanã: bateu Palmeiras, Botafogo, Santos, Atlético-MG. Em 2008, perdeu a taça por tropeços no Maracanã.

OS REBAIXADOS
Na história do Brasileirão, não há campeão que tenha perdido para três equipes na zona do descenso. O Palmeiras pode ser a prova disso, se perder a taça, porque foi batido por Santo André, Náutico e Fluminense. E tem o Sport, na quarta, em casa. O Flu não perde há nove jogos, contando a Sul-Americana.

O GAROTO
O Santos jogou contra o Náutico num sistema semelhante ao do tempo do treinador Vagner Mancini. Com Jean voltando demais da grande área, Kleber Pereira fica isolado no ataque, exatamente como acontecia com Mancini. Também como nos tempos do Campeonato Paulista, do atual técnico do Vitória, a diferença da partida foi Neymar. À comissão técnica cabe preocupar-se mais com a equipe, menos com a eleição à presidência do Santos.


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