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Prancheta do PVC
Paulo Vinicius Coelho - pvc@uol.com.br
O feitiço e o feiticeiro
LOGO que começou a se
destacar como técnico
do Goiás, Cuca gostava
de contar como aprendeu a
montar defesas para não sofrer gols de bola parada:
"Sempre escalo dois jogadores a mais do que o número de
atacantes do adversário.
Aprendi com Antônio Lopes."
Não é verdade que as equipes
de Cuca nunca sofram gols em
faltas e escanteios. Até mesmo o Fluminense levou um
ontem, de Obina, mal anulado
por Carlos Eugênio Simon.
Na sexta, Muricy Ramalho
falava sobre a possibilidade de
o Fluminense jogar com dois
zagueiros, como no primeiro
tempo contra o Cruzeiro, ou
três, como na virada do Mineirão e em Santiago. Julgava
que o Flu continuaria com
seus três beques e essa seria a
melhor maneira de ser marcado. Três zagueiros para lá,
três para cá, o jogo fica espelhado, como dizem os treinadores. O que significava que...
"Taticamente os times ficam
iguais. O que decide é um lance individual ou uma bola parada", concordava Cuca, minutos antes do apito inicial.
E se o Fluminense viesse
com um atacante e três armadores, Muricy? "Aí a gente faz
uma linha de quatro, atrás. É
vantagem poder mudar o jeito
de jogar sem trocar os jogadores, como ocorria naquele São
Paulo de 2007, com o Breno."
Compare essas declarações
com o que você viu no jogo de
ontem, e a conclusão só pode
ser uma: o Palmeiras tem repertório na defesa, não tem
no ataque. Porque na frente,
não se muda o jeito de jogar
nem trocando os nomes dos
jogadores. Entra Robert, sai
Obina, bola com Vagner Love,
com Diego Souza e o time segue à procura de Figueroa, para o cruzamento.
O melhor momento do Palmeiras no jogo do Maracanã,
entre os 25min e os 30min do
primeiro tempo, foi de poucas
trocas de passe. E de cruzamentos de Figueroa. O primeiro foi cortado, deu em escanteio. Cobrado o córner,
novo cabeceio da defesa, outra procura por Figueroa. Dali
o cruzamento para Obina fazer o gol anulado.
Enquanto isso, o Flu usava
os laterais às costas de Figueroa e Armero. E abria Maicon
para arrastar zagueiro com
ele. Uma das arrancadas de
Maicon, pela esquerda, resultou em escanteio. Gol de Fred.
Muricy, afinal, nunca afirmou que seus times não sofrem gol de falta ou escanteio.
O CANDIDATO
Em 2007, o Flamengo foi à
Libertadores vencendo no
Maracanã. Como se fosse refém disso, é visto com desconfiança quando tem chance de título. O Fla pode levar
a taça pelo que faz fora do
Maracanã: bateu Palmeiras,
Botafogo, Santos, Atlético-MG. Em 2008, perdeu a taça
por tropeços no Maracanã.
OS REBAIXADOS
Na história do Brasileirão,
não há campeão que tenha
perdido para três equipes na
zona do descenso. O Palmeiras pode ser a prova disso, se
perder a taça, porque foi batido por Santo André, Náutico e Fluminense. E tem o
Sport, na quarta, em casa. O
Flu não perde há nove jogos,
contando a Sul-Americana.
O GAROTO
O Santos jogou contra o Náutico num sistema semelhante ao do tempo do treinador Vagner Mancini. Com
Jean voltando demais da grande área, Kleber Pereira fica
isolado no ataque, exatamente como acontecia com Mancini. Também como nos tempos do Campeonato Paulista,
do atual técnico do Vitória, a diferença da partida foi Neymar. À comissão técnica cabe preocupar-se mais com a
equipe, menos com a eleição à presidência do Santos.
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