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São Caetano e Atlético-PR desafiam hoje o establishment do Brasileiro
Hora de chutar a tradição
DA REPORTAGEM LOCAL
Chegou a hora de São Caetano e
Atlético-PR mostrarem que o que
aconteceu até agora no Campeonato Brasileiro-2001 vai valer
também na hora decisiva.
Os times de melhor campanha
no torneio, com o melhor ataque,
o dos paranaenses, e a melhor defesa, a dos paulistas, jogam as semifinais no último obstáculo antes da final para provar que nome
e tradição não são mais essenciais
para a conquista do Nacional.
Em casa e com a vantagem do
empate na prorrogação, São Caetano e Atlético-PR, que nunca ganharam títulos de expressão nacional, enfrentam, às 16h, respectivamente, Atlético-MG e Fluminense, representantes do establishment do futebol no país.
Se triunfarem hoje, na partida
única de cada semifinal, os dois times mais eficientes do primeiro
Brasileiro do século irão impor
um vexame inédito ao grupo dos
fundadores do Clube dos 13.
Desde que a associação foi criada, em 1987, nunca um Brasileiro
teve uma final com duas equipes
que não estavam entre as pioneiras da associação de clubes.
O título do torneio, com exceção da conturbada edição de 87,
em que o Flamengo se recusou a
jogar com o Sport e acabou sem a
chance de ganhar o campeonato,
sempre ficou, desde então, com
um dos "bichos-papões" do país.
Se Fluminense e Atlético-MG
fracassarem hoje, o Clube dos 13,
se a CBF não aprontar nenhum
surpresa, vai perder também duas
vagas na próxima Libertadores.
Durante todas as 27 rodadas da
primeira fase e as quartas-de-final, na última quarta-feira, o time
do ABC paulista e o de Curitiba
foram superiores ao resto dos
participantes, mesmo contando
com elencos bem diferentes de
seus pares mais famosos.
No São Caetano, que fez uma
campanha com oito pontos a
mais do que os ganhos pelo Atlético-MG, o lateral-direito Mancini
é o único titular que já foi convocado para uma seleção brasileira
principal, ainda na época de
Wanderley Luxemburgo.
Já o rival do time do ABC tem
um time muito mais estrelado.
Primeiro campeão brasileiro, em
1971, a equipe de Belo Horizonte
tem nove titulares que já vestiram
a camisa da seleção principal.
No Paraná, o Atlético-PR, com
uma mescla de pratas-da-casa e
jogadores desprezados por clubes
paulistas, como Nem e Cocito, enfrenta com seu estilo, o mais ofensivo e emocionante da competição até agora, o Fluminense.
Nos 28 jogos disputados pelo
clube, que tem o estádio mais moderno do país, aconteceram 101
gols, média de 3,61 por partida.
Já o quase centenário Fluminense, com a estrela Oswaldo de
Oliveira no banco, fez jogos muito
mais aborrecidos. Nas 28 vezes
que o time carioca -campeão
nacional em 1984- entrou em
campo, a rede balançou 78 vezes,
o que significa uma média de 2,79.
Quem passar hoje pelas semifinais irá disputar uma decisão com
a fórmula tradicional, com jogos
de ida e volta. O primeiro confronto será no próximo domingo,
e o derradeiro, no dia 23.
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