São Paulo, domingo, 09 de dezembro de 2001

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São Caetano e Atlético-PR desafiam hoje o establishment do Brasileiro

Hora de chutar a tradição

DA REPORTAGEM LOCAL

Chegou a hora de São Caetano e Atlético-PR mostrarem que o que aconteceu até agora no Campeonato Brasileiro-2001 vai valer também na hora decisiva.
Os times de melhor campanha no torneio, com o melhor ataque, o dos paranaenses, e a melhor defesa, a dos paulistas, jogam as semifinais no último obstáculo antes da final para provar que nome e tradição não são mais essenciais para a conquista do Nacional.
Em casa e com a vantagem do empate na prorrogação, São Caetano e Atlético-PR, que nunca ganharam títulos de expressão nacional, enfrentam, às 16h, respectivamente, Atlético-MG e Fluminense, representantes do establishment do futebol no país.
Se triunfarem hoje, na partida única de cada semifinal, os dois times mais eficientes do primeiro Brasileiro do século irão impor um vexame inédito ao grupo dos fundadores do Clube dos 13.
Desde que a associação foi criada, em 1987, nunca um Brasileiro teve uma final com duas equipes que não estavam entre as pioneiras da associação de clubes.
O título do torneio, com exceção da conturbada edição de 87, em que o Flamengo se recusou a jogar com o Sport e acabou sem a chance de ganhar o campeonato, sempre ficou, desde então, com um dos "bichos-papões" do país.
Se Fluminense e Atlético-MG fracassarem hoje, o Clube dos 13, se a CBF não aprontar nenhum surpresa, vai perder também duas vagas na próxima Libertadores.
Durante todas as 27 rodadas da primeira fase e as quartas-de-final, na última quarta-feira, o time do ABC paulista e o de Curitiba foram superiores ao resto dos participantes, mesmo contando com elencos bem diferentes de seus pares mais famosos.
No São Caetano, que fez uma campanha com oito pontos a mais do que os ganhos pelo Atlético-MG, o lateral-direito Mancini é o único titular que já foi convocado para uma seleção brasileira principal, ainda na época de Wanderley Luxemburgo.
Já o rival do time do ABC tem um time muito mais estrelado. Primeiro campeão brasileiro, em 1971, a equipe de Belo Horizonte tem nove titulares que já vestiram a camisa da seleção principal.
No Paraná, o Atlético-PR, com uma mescla de pratas-da-casa e jogadores desprezados por clubes paulistas, como Nem e Cocito, enfrenta com seu estilo, o mais ofensivo e emocionante da competição até agora, o Fluminense.
Nos 28 jogos disputados pelo clube, que tem o estádio mais moderno do país, aconteceram 101 gols, média de 3,61 por partida.
Já o quase centenário Fluminense, com a estrela Oswaldo de Oliveira no banco, fez jogos muito mais aborrecidos. Nas 28 vezes que o time carioca -campeão nacional em 1984- entrou em campo, a rede balançou 78 vezes, o que significa uma média de 2,79.
Quem passar hoje pelas semifinais irá disputar uma decisão com a fórmula tradicional, com jogos de ida e volta. O primeiro confronto será no próximo domingo, e o derradeiro, no dia 23.



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