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STJD, CBF e federação já arrefecem caso Tardelli
Tribunal torna sigiloso inquérito sobre arbitragem na decisão do Brasileiro
Confederação proíbe árbitro Wagner Tardelli, afastado de jogo, de falar sobre a polêmica, e FPF já minimiza sua disputa com o São Paulo
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
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O presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, durante entrevista coletiva na federação em que atacou seu vice Reinaldo Carneiro
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Após se tornar público e bagunçar a rodada final do Brasileiro-2008, o caso de susposta
tentativa de manipulação de
arbitragem na partida do São
Paulo sofreu uma operação para ser esfriado por cartolas e
pela Justiça Desportiva.
O STJD (Superior Tribunal
de Justiça Desportiva) decretou o sigilo por um dia no
inquérito, cuja conclusão deve
demorar. A CBF proibiu o árbitro Wagner Tardelli de dar declarações. A Federação Paulista
de Futebol tentou minimizar a
briga com o São Paulo.
Foi o presidente do STJD,
Rubens Approbato, quem deu o
passo inicial. Determinou o sigilo sobre o relatório enviado
pela CBF que relata a suposta
tentativa de manipulação do
resultado da partida que garantiu o título nacional ao São Paulo, diante do Goiás. Houve denúncia de suposto presente para Tardelli, então o juiz do jogo.
Ao receber o documento de
cerca de 30 páginas, redigido
pela confederação ao órgão, o
procurador-geral do STJD,
Paulo Schmitt, recusou-se a comentar o assunto e informou
que a decisão sobre a abertura
do inquérito seria tomada hoje
por Approbato. ""A questão está
sendo tratada com serenidade,
para evitar qualquer sopro de
dúvida. Até a decisão dele, o caso fica em sigilo", declarou o
procurador-geral.
No sábado, a CBF tirou Tardelli da partida de Brasília depois que Marco Polo Del Nero,
presidente da federação, apresentou uma denúncia envolvendo o árbitro. Embora não
tenha mostrado prova, Del Nero disse que foi avisado por sua
secretária de que a secretária
da presidência do São Paulo tinha vários envelopes para entregar para o vice da FPF Reinaldo Carneiro Bastos.
Um dos envelopes supostamente era para Tardelli. Por isso, Jailson Macedo Freitas, que
validou o gol em impedimento
do São Paulo, o substituiu na
arbitragem da partida.
""Pedimos a abertura de um
inquérito para apurar toda essa
história. A CBF tomou todas as
medidas. Agora, o assunto está
com a Justiça Desportiva", afirmou o diretor jurídico da CBF,
Carlos Eugênio Lopes.
Ele é o autor do relatório enviado pela CBF ao STJD. Pela
manhã, Lopes participou de
reunião com Del Nero e com o
presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, que não se pronunciou desde o início do caso.
De tarde, Schmitt defendeu o
clube do Morumbi. ""Até agora,
nada demostra que o título
conquistado pelo São Paulo no
campo foi maculado. Por enquanto, o que se tem é o São
Paulo campeão", afirmou o
procurador-geral do STJD.
Mesmo assim, Schmitt não
descarta a possibilidade de dirigentes serem punidos pela Justiça Desportiva. Caso Approbato decida abrir o inquérito, um
auditor do STJD será nomeado
para comandar a investigação,
que terá 15 dias para ser concluída. Del Nero, Bastos, Tardelli e dirigentes do São Paulo vão
depor no tribunal.
O próprio Tardelli foi proibido de falar sobre o caso pela
CBF. "Se eu der qualquer declaração, corro o risco de ser punido", afirmou o juiz ontem.
No sábado, ele declarou que o
Ministério Público paulista estava investigando uma pessoa
que usava seu nome para negociar. A CBF negou.
Colaborou EDUARDO ARRUDA,
da Reportagem Local
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