São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2008

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STJD, CBF e federação já arrefecem caso Tardelli

Tribunal torna sigiloso inquérito sobre arbitragem na decisão do Brasileiro

Confederação proíbe árbitro Wagner Tardelli, afastado de jogo, de falar sobre a polêmica, e FPF já minimiza sua disputa com o São Paulo


Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
O presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, durante entrevista coletiva na federação em que atacou seu vice Reinaldo Carneiro

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Após se tornar público e bagunçar a rodada final do Brasileiro-2008, o caso de susposta tentativa de manipulação de arbitragem na partida do São Paulo sofreu uma operação para ser esfriado por cartolas e pela Justiça Desportiva.
O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) decretou o sigilo por um dia no inquérito, cuja conclusão deve demorar. A CBF proibiu o árbitro Wagner Tardelli de dar declarações. A Federação Paulista de Futebol tentou minimizar a briga com o São Paulo.
Foi o presidente do STJD, Rubens Approbato, quem deu o passo inicial. Determinou o sigilo sobre o relatório enviado pela CBF que relata a suposta tentativa de manipulação do resultado da partida que garantiu o título nacional ao São Paulo, diante do Goiás. Houve denúncia de suposto presente para Tardelli, então o juiz do jogo.
Ao receber o documento de cerca de 30 páginas, redigido pela confederação ao órgão, o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, recusou-se a comentar o assunto e informou que a decisão sobre a abertura do inquérito seria tomada hoje por Approbato. ""A questão está sendo tratada com serenidade, para evitar qualquer sopro de dúvida. Até a decisão dele, o caso fica em sigilo", declarou o procurador-geral.
No sábado, a CBF tirou Tardelli da partida de Brasília depois que Marco Polo Del Nero, presidente da federação, apresentou uma denúncia envolvendo o árbitro. Embora não tenha mostrado prova, Del Nero disse que foi avisado por sua secretária de que a secretária da presidência do São Paulo tinha vários envelopes para entregar para o vice da FPF Reinaldo Carneiro Bastos.
Um dos envelopes supostamente era para Tardelli. Por isso, Jailson Macedo Freitas, que validou o gol em impedimento do São Paulo, o substituiu na arbitragem da partida.
""Pedimos a abertura de um inquérito para apurar toda essa história. A CBF tomou todas as medidas. Agora, o assunto está com a Justiça Desportiva", afirmou o diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes.
Ele é o autor do relatório enviado pela CBF ao STJD. Pela manhã, Lopes participou de reunião com Del Nero e com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que não se pronunciou desde o início do caso. De tarde, Schmitt defendeu o clube do Morumbi. ""Até agora, nada demostra que o título conquistado pelo São Paulo no campo foi maculado. Por enquanto, o que se tem é o São Paulo campeão", afirmou o procurador-geral do STJD.
Mesmo assim, Schmitt não descarta a possibilidade de dirigentes serem punidos pela Justiça Desportiva. Caso Approbato decida abrir o inquérito, um auditor do STJD será nomeado para comandar a investigação, que terá 15 dias para ser concluída. Del Nero, Bastos, Tardelli e dirigentes do São Paulo vão depor no tribunal.
O próprio Tardelli foi proibido de falar sobre o caso pela CBF. "Se eu der qualquer declaração, corro o risco de ser punido", afirmou o juiz ontem. No sábado, ele declarou que o Ministério Público paulista estava investigando uma pessoa que usava seu nome para negociar. A CBF negou.

Colaborou EDUARDO ARRUDA, da Reportagem Local



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