São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010

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G4 faz 1 ano, mas não sai do papel

PAULISTA
Associação dos quatro grandes clubes do Estado diz que trabalha em silêncio


MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

Criado há um ano, o G4, que pretendia unir os quatro grandes clubes de São Paulo, ainda engatinha. Os projetos -comerciais, esportivos e de marketing- anunciados no dia 9 de dezembro de 2009 por cartolas de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo não saíram do papel.
O evento de um ano atrás serviu para celebrar contrato com a Femsa, que fabricaria latas da cerveja Kaiser com os escudos dos clubes. À época, dirigentes do G4 divulgaram que a cervejaria pagaria R$ 8 milhões (R$ 2 milhões para cada clube), mais percentual sobre as vendas.
Até agora, as latas não foram fabricadas, e os clubes não receberam o dinheiro. "A venda da Femsa para a Heineken atrapalhou os planos", disse José Carlos Peres, diretor-executivo do G4. A aquisição ocorreu em 11 de janeiro, por US$ 7,6 bilhões.
Segundo Perez, as latas serão vendidas a partir de janeiro. Também em janeiro, diz, a empresa vai pagar os clubes pelo primeiro dos cinco anos de contrato. Segundo a Heineken, não há previsão para o lançamento das latas. A cervejaria respondeu que o contrato com o G4 está sendo cumprido normalmente.
Os projetos esportivos do G4 tampouco se tornaram realidade. O grupo planejava fazer amistosos durante a Copa, mas não houve datas.
O diretor de marketing do Palmeiras, Rogério Dezembro, diz que o G4 tem trabalhado, mas apenas em silêncio. "Nos reunimos muito e trocamos e-mails."
Ao mesmo tempo em que projetos custam a sair do papel, a rivalidade entre dirigentes dos clubes cresce.
Na reta final do Brasileiro, o diretor de futebol do Palmeiras, Wlademir Pescarmona, sugeriu que seu time perdesse por W.O. (desistência) para o Fluminense, para não ajudar o Corinthians, que tinha chance de título.
"Isso não atrapalha em nada", rebate Perez, ex-dirigente do Santos. Para ele, o G4 não fez mais porque ainda é muito novo. "Não gastamos um centavo em propaganda, por isso ninguém conhece nosso trabalho", justifica. "Em 2011 isso vai mudar."


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