São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2009

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Cartão-postal dos Jogos de Pequim, Ninho de Pássaro vive dias de esquecimento

Andy Wong/Associated Press
Vazia, bilheteria do Ninho de Pássaro aguarda chegada de turistas, em sua maioria chineses, que fazem tour pelo estádio

DA REPORTAGEM LOCAL

Menos de cinco meses após a festa de encerramento, o estádio Ninho de Pássaro corre risco de se tornar o maior mico da Olimpíada de Pequim.
O local, que serviu de palco para três recordes mundiais do jamaicano Usain Bolt (100 m, 200 m e 4 x 100 m) e as façanhas da russa Ielena Isinbaieva (salto com vara), está longe de seus dias gloriosos.
Hoje, o Ninho de Pássaro é usado só em excursões de turistas -a maioria de chineses- que passeiam por suas instalações pagando um ingresso de US$ 7, valor alto para os padrões locais. Mesmo assim, a arena atrai diariamente cerca de 10 mil pessoas.
Outra forma de arrecadação é a loja de souvenires. Seus preços, porém, são salgados. Uma réplica do estádio sai por US$ 700, e um kit da tocha olímpica é vendido a US$ 430.
A arena, que custou US$ 450 milhões, não tem evento programado até 8 de agosto, marco de um ano do início da Olimpíada-08. Nesta data está agendada apresentação de "Turandot", ópera de Giacomo Puccini, que terá a direção do cineasta Zhang Yimou, diretor de filmes como "O Clã das Adagas Voadoras" e responsável pelo espetáculo da festa de abertura dos Jogos.
Havia promessa, não concretizada, de utilização do espaço para eventos oficiais de atletismo. Porém, nenhuma prova será realizada lá nesta temporada. O GP da China, que faz parte do calendário da Iaaf (entidade que comanda o atletismo) será em Xangai.
A falta de atividades marcadas para o local já é motivo de preocupação para o Citic (Consórcio de Operações do Estádio, na sigla em inglês), que administra o espaço.
De acordo com a empresa, o Ninho de Pássaro tem condições de arrecadar cerca de US$ 30 milhões por ano com eventos, mas avalia que essa é uma estimativa "otimista".
Essa preocupação parece passar longe de quem visita as instalações. "Não sei quais são os planos para o estádio, mas acredito que haverá muita cultura e esporte aqui", comentou o turista Gao Yunfei.
Ao saber que não havia nada marcado na arena até agosto, o chinês esboçou preocupação. "Seria um desperdício."


Com agências internacionais


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