UOL


São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

O vexame da vez

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

Uma semana depois da derrota do Palmeiras para o União Barbarense, ontem foi a vez de o Corinthians passar vexame diante da sua torcida.
O São Caetano, se aproveitando das expulsões corintianas, deitou e rolou no Pacaembu. As vaias para Geninho devem ser compartilhadas pela diretoria corintiana, que teve mais de um semestre para tentar recompor o elenco depois da saída de Ricardinho e não o fez. Agora, como diria Fiori Gigliotti, não adianta chorar.
Tostão já jogou uma ducha de água fria nos que esperam que Jorge Wagner seja a salvação da lavoura corintiana. Segundo ele, o meia vindo do Cruzeiro tem as mesmas limitações de Renato.
Nesse deserto de imaginação que é o meio-campo corintiano, talvez uma solução de desespero fosse colocar Kléber no setor, promovendo a entrada do jovem Roger na lateral.
Outra opção (igualmente emergencial e improvisada) seria a volta de Fabrício ao time, liberando Vampeta para exercer as funções de armação. Pior do que está não fica.
Feito o desabafo, o que eu gostaria mesmo é de destacar uma qualidade fundamental e permanente do São Caetano: a de fazer brilhar os bons jogadores mal aproveitados pelos chamados "grandes".
Foi assim no ano passado com Magrão e Claudecir.
Agora é a vez de Marco Aurélio e Marcinho, desperdiçados, respectivamente, pelo Palmeiras e pelo Corinthians. Os dois foram figuras essenciais da vitória de ontem do Azulão.
Do mesmo modo, a Portuguesa Santista faz uma campanha brilhante. Ontem, enquanto o time teve pernas, soube neutralizar os principais jogadores de criação do São Paulo (Kaká e Ricardinho) e ainda contou com atrevimento e criatividade na frente, por parte de Rico, Elizeu e Souza. Foi deste último, aliás, o lance mais bonito do jogo, que parou nas mãos de Rogério.
 
O Palmeiras pode não ter feito uma partida brilhante contra o Guarani em Campinas, mas jogou o suficiente para vencer, e vencer bem.
Além do resultado em si, que foi importante para dar um novo alento ao time, o jogo serviu para Jair Picerni testar uma nova formação que pode dar certo: o meio de campo com cinco jogadores.
Como Magrão, Claudecir e Adãozinho se movimentam muito, revezando-se nas tarefas de marcação e de subida ao ataque, o esquema pode dar certo, desde que sejam bem definidas as áreas de atuação de Zinho e Pedrinho. A melhor opção parece ser adiantar Pedrinho, que tem mais velocidade, e deixar Zinho armando as jogadas junto ao círculo central. Não deixa de ser irônico: o Corinthians não tem nenhum armador; o Palmeiras tem dois.
Outra escolha a ser feita é entre os atacantes, já que o time passa a ter apenas um. Muñoz corre muito, mas conclui mal as jogadas. Leandro é melhor finalizador, mas parece que ainda não se encontrou na equipe do Palmeiras.
Com a troca de Arce por Neném, pela direita o alviverde ganhou em força e velocidade o que perdeu em técnica. A defesa continua pouco confiável.
Mas, apesar dos pontos fracos e dos eventuais tropeços, ainda acho que o time como um todo está bem melhor que o do ano passado. O que precisa agora é de organização e equilíbrio emocional.

Santos arrasador
Embalado pela exibição de gala na Colômbia, o Santos massacrou a fraca Inter de Limeira na Vila. Com um pouco mais de pontaria, poderia ter feito sete ou oito. Foi a primeira vez, neste Paulistão, que Robinho e Diego tiveram liberdade para criar, o que é fatal. E Ricardo Oliveira prova a cada jogo que é um dos grandes atacantes do país.

Surpresa no Fla-Flu
No Maracanã, a surpresa. O Fluminense, sem Romário, atropelou o todo prosa Flamengo. Com isso, ficou provado mais uma vez que nenhuma partida é vencida na véspera.

Desorientado
E o lateral Rogério, que realizou uma excelente temporada em 2002 até ser entortado por Robinho, parece não ter reencontrado seu eixo até agora. Ontem, até pênalti ele perdeu bisonhamente.

E-mail jgcouto@uol.com.br



Texto Anterior: Futebol: Inter vence Reggina e assume a ponta isolada
Próximo Texto: Tênis: Brasil desperdiça 2 chances e cai na Davis
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.