|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
O vexame da vez
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Uma semana depois da derrota do Palmeiras para o
União Barbarense, ontem foi a
vez de o Corinthians passar vexame diante da sua torcida.
O São Caetano, se aproveitando
das expulsões corintianas, deitou
e rolou no Pacaembu. As vaias
para Geninho devem ser compartilhadas pela diretoria corintiana, que teve mais de um semestre
para tentar recompor o elenco depois da saída de Ricardinho e não
o fez. Agora, como diria Fiori Gigliotti, não adianta chorar.
Tostão já jogou uma ducha de
água fria nos que esperam que
Jorge Wagner seja a salvação da
lavoura corintiana. Segundo ele,
o meia vindo do Cruzeiro tem as
mesmas limitações de Renato.
Nesse deserto de imaginação
que é o meio-campo corintiano,
talvez uma solução de desespero
fosse colocar Kléber no setor, promovendo a entrada do jovem Roger na lateral.
Outra opção (igualmente emergencial e improvisada) seria a
volta de Fabrício ao time, liberando Vampeta para exercer as funções de armação. Pior do que está
não fica.
Feito o desabafo, o que eu gostaria mesmo é de destacar uma
qualidade fundamental e permanente do São Caetano: a de fazer
brilhar os bons jogadores mal
aproveitados pelos chamados
"grandes".
Foi assim no ano passado com
Magrão e Claudecir.
Agora é a vez de Marco Aurélio
e Marcinho, desperdiçados, respectivamente, pelo Palmeiras e
pelo Corinthians. Os dois foram
figuras essenciais da vitória de
ontem do Azulão.
Do mesmo modo, a Portuguesa
Santista faz uma campanha brilhante. Ontem, enquanto o time
teve pernas, soube neutralizar os
principais jogadores de criação
do São Paulo (Kaká e Ricardinho) e ainda contou com atrevimento e criatividade na frente,
por parte de Rico, Elizeu e Souza.
Foi deste último, aliás, o lance
mais bonito do jogo, que parou
nas mãos de Rogério.
O Palmeiras pode não ter feito
uma partida brilhante contra o
Guarani em Campinas, mas jogou o suficiente para vencer, e
vencer bem.
Além do resultado em si, que foi
importante para dar um novo
alento ao time, o jogo serviu para
Jair Picerni testar uma nova formação que pode dar certo: o meio
de campo com cinco jogadores.
Como Magrão, Claudecir e
Adãozinho se movimentam muito, revezando-se nas tarefas de
marcação e de subida ao ataque,
o esquema pode dar certo, desde
que sejam bem definidas as áreas
de atuação de Zinho e Pedrinho.
A melhor opção parece ser adiantar Pedrinho, que tem mais velocidade, e deixar Zinho armando
as jogadas junto ao círculo central. Não deixa de ser irônico: o
Corinthians não tem nenhum armador; o Palmeiras tem dois.
Outra escolha a ser feita é entre
os atacantes, já que o time passa a
ter apenas um. Muñoz corre muito, mas conclui mal as jogadas.
Leandro é melhor finalizador,
mas parece que ainda não se encontrou na equipe do Palmeiras.
Com a troca de Arce por Neném, pela direita o alviverde ganhou em força e velocidade o que
perdeu em técnica. A defesa continua pouco confiável.
Mas, apesar dos pontos fracos e
dos eventuais tropeços, ainda
acho que o time como um todo está bem melhor que o do ano passado. O que precisa agora é de organização e equilíbrio emocional.
Santos arrasador
Embalado pela exibição de
gala na Colômbia, o Santos
massacrou a fraca Inter de Limeira na Vila. Com um pouco mais de pontaria, poderia
ter feito sete ou oito. Foi a primeira vez, neste Paulistão,
que Robinho e Diego tiveram
liberdade para criar, o que é
fatal. E Ricardo Oliveira prova a cada jogo que é um dos
grandes atacantes do país.
Surpresa no Fla-Flu
No Maracanã, a surpresa. O
Fluminense, sem Romário,
atropelou o todo prosa Flamengo. Com isso, ficou provado mais uma vez que nenhuma partida é vencida na
véspera.
Desorientado
E o lateral Rogério, que realizou uma excelente temporada em 2002 até ser entortado
por Robinho, parece não ter
reencontrado seu eixo até
agora. Ontem, até pênalti ele
perdeu bisonhamente.
E-mail jgcouto@uol.com.br
Texto Anterior: Futebol: Inter vence Reggina e assume a ponta isolada Próximo Texto: Tênis: Brasil desperdiça 2 chances e cai na Davis Índice
|