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Ex-empacotador sonha bater mestre na água
Albert Carvalho é um dos novatos em seletiva no RJ
FABIO GRIJÓ
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Albert Carvalho, 18, nem sabe o que responder diante da
possibilidade de se tornar uma
zebra e tirar do favorito Ricardo Winicki, o Bimba, a vaga
olímpica na classe RS:X nos Jogos Olímpicos de Pequim.
O novato esboça um sorriso e
fala: "Tomara que dê certo".
Na seletiva da vela, que começaria ontem no Rio, o número de "aprendizes" é considerável, dando indício de que a delegação nacional poderá chegar
bem renovada à Olimpíada.
Alguns nem tão inexperientes tentam aproveitar a chance
de herdar o posto de outros donos antigos. É o caso de Bruno
Fontes, o favorito na laser sem
Robert Scheidt, bicampeão
olímpico nessa classe.
Com o ex-rival, ser titular era
quase impossível. No Pré-Pan,
no ano passado, Fontes acabou
atrás de Scheidt, que, naquela
ocasião, já se dedicava à star.
Albert se diz ciente de que
superar o favorito é pouco provável. Aluno da escolinha do
agora adversário, em Búzios
(RJ), ele conta com a ajuda do
próprio Bimba, de quem recebeu quilha e duas velas para
competir no evento no Rio.
"Ele [Bimba] me viu velejando e me chamou para treinar
com ele. Não acreditei. Na segunda vez, levei a sério e fui",
conta Albert, que divide os treinos com o trabalho.
Antes, ele chegou a ganhar
dinheiro consertando bicicletas ou empacotando jornais.
Hoje, virou instrutor de vela.
A baía de Guanabara serve
também para treinos de quem
já está classificado para Pequim
e até para "espionagem" de
competidores estrangeiros.
"Tem um mexicano e um espanhol aqui na água. Ainda virá
um israelense e talvez um britânico", diz Bimba, citando velejadores de sua classe que optam pela prática no Rio.
Os ventos da baía são tidos
como fracos, da mesma forma
que os de Qingdao, que abrigará
a disputa olímpica da vela.
Dos brasileiros, André Fonseca e Rodrigo Duarte aproveitam a movimentação da seletiva nacional para treinar. Os
dois obtiveram a vaga na 49er
no Mundial da categoria.
"Temos a vaga, mas há muito
trabalho pela frente. Vou torcer
pelos amigos e treinar ao mesmo tempo", diz Fonseca, sexto
em Atenas-2004 com Duarte.
No Rio, serão disputadas, pelo menos, 11 regatas em cada
classe até o dia 15. Se as condições climáticas impedirem a
realização das provas, o evento
será prolongado até que o número mínimo de disputas seja
alcançado. No máximo, serão
realizadas 14 regatas.
Além da 49er, o Brasil tem
definidos os representantes na
470. Fábio Pillar e Samuel Albrecht também se garantiram
em Pequim no Mundial da classe, disputado neste ano.
Tornado e laser radial (feminina) ainda terão a oportunidade de pôr iatistas brasileiros na
Olimpíada. A definição será nos
Mundiais, com Bruno Di Bernardi e Mário Tinoco, na tornado, e Adriana Kostiw, na laser
radial. Os torneios serão realizados neste mês e em março.
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