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Camarões jogam decisão na África por troco no Egito
Cinco vezes campeões da Copa africana e atuais donos do título, "Faraós" venceram "Leões" na 1ª fase do torneio
Maiores vencedores da competição, egípcios não conseguem emplacar no cenário mundial: apenas 5 atletas atuam fora do país
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais que um embate pelo título da Copa da África, o duelo
entre Egito e Camarões é um
choque entre dois modelos distintos de gestão do futebol.
De um lado estão os atuais
campeões, os "Faraós", potência no continente, com maior
número de conquistas africanas (cinco), mas que não conseguem emplacar no primeiro escalão do futebol internacional
-só foram a duas Copas do
Mundo (1934 e 1990) e sempre
tiveram participação discreta.
Do outro, a seleção de Camarões, responsável pelo melhor
desempenho africano em uma
Copa (foi às quartas-de-final,
em 1990) e cujo destaque é o
atacante Samuel Eto'o, uma
das estrelas de primeira grandeza do futebol internacional.
Sem grandes astros e com 18
dos 23 atletas da delegação em
clubes da liga local -contra 1
no mesmo universo de 23 nos
Camarões-, o Egito tem a história a seu favor. Tanto no retrospecto recente quanto no
mais remoto. Os atuais campeões são responsáveis pela
única derrota camaronesa numa decisão da Copa da África.
Os "Leões Indomáveis" já
disputaram cinco títulos e só
deixaram a final sem a taça em
1986, quando foram vencidos
pelos egípcios nos pênaltis.
Nesta edição, disputada em
Gana, novamente o Egito foi
melhor. No jogo de estréia, bateu o rival da final de hoje por 4
a 2, "com facilidade", conforme
definiu o site da Fifa.
O resultado adverso motivou
mudanças na equipe camaronesa, que já mandou a campo
20 atletas ao longo do certame.
"Não fizemos amistosos antes da competição. A partida
inaugural foi meu primeiro teste", afirmou o alemão Otto Pfister, 71, técnico dos "Leões", que
atribuiu o sucesso da equipe,
25ª colocada no ranking da Fifa, ao homogêneo elenco. "Tenho um ótimo banco e posso
lançar jogadores durante as
partidas, pois não há muita diferença entre eles", declarou.
Para Pfister a equipe é "mentalmente muito forte".
Tão diferentes no cenário
mundial, os oponentes coincidem quando o assunto é o preparo psicológico. "O mais importante é que jogamos em
nossas mentes. Antes de mais
nada, pensamos sobre o que desejamos realizar nos gramados", disse o auxiliar técnico
egípcio Shawky Gharib, que
costuma atuar como porta-voz
do técnico Hassan Shehata.
Ele destaca que, apesar de
haver poucos de seus jogadores
em ação na Europa (um na Turquia, um na Inglaterra e outro
na Bélgica), os atletas do 35º colocado na lista da Fifa têm interesse no cenário internacional.
"Todos os jogadores apreciam o futebol sul-americano.
Gostamos do estilo de jogo do
Brasil e da Argentina."
Com efeito, sua seleção, ao
longo desta edição da Copa da
África, apresentou um jogo técnico. Na semifinal contra a
Costa do Marfim, por exemplo,
trocaram mais de 40 passes no
meio-campo, procurando pacientemente uma abertura na
retaguarda rival, lembrando
equipes montadas pelo brasileiro Carlos Alberto Parreira,
hoje treinador da África do
Sul.0
(LUÍS FERRARI)
Com agências internacionais
NA TV - Egito x Camarões
ESPN Brasil, ao vivo, às 15h
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