São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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Oriundi

Dunga se escora em Brasil "italiano"

Apesar de nunca ter enfrentado a Itália, mais da metade do time convocado para o duelo de hoje atua no país europeu

Enquanto rivais ressaltam o fato de os brasileiros terem aprendido a marcar, atletas da seleção veem convivência com o oponente como arma

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O técnico do Brasil, Dunga, se protege da chuva durante treinamento da seleção brasileira realizado ontem, no Emirates Stadium, em Londres, local do jogo de hoje

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Nenhum jogador da seleção que vai a campo hoje, às 17h45, já enfrentou a Itália, país campeão mundial com que o Brasil menos duelou -foram só 12 confrontos, o último em 1997.
Mas não é por falta de conhecimento do rival que o time de Dunga pode sofrer no Emirates Stadium, em Londres.
Nenhuma outra seleção brasileira que já jogou contra a Itália conhece tão bem o estilo do time europeu como a montada por Dunga, que jogou em clubes italianos por seis anos.
Dos 19 atletas disponíveis para o jogo desta tarde, 10, incluindo seis prováveis titulares, defendem um time italiano.
A lista só não é maior porque Kaká, o astro do Milan, machucou-se e foi cortado da equipe.
Na última vez em que os dois últimos campeões mundiais se enfrentaram, em um torneio na França, em 1997, só 4 dos 14 brasileiros que disputaram a partida já haviam na época defendido um clube italiano.
"Conhecemos a maneira deles de jogar e vamos tentar nos aproveitar disso. E, com certeza, queremos voltar para lá com uma vitória, porque também é importante para nós", disse o atacante Adriano, da Inter de Milão, referindo-se à rivalidade [saudável, segundo ele] com os colegas italianos nos clubes.
Para Marcelo Lippi, o técnico italiano, o Brasil, pelo fato de muitos de seus jogadores atuarem na Europa -vários deles em seu país-, faz com que seu adversário hoje não tenha as mesmas características do time da Copa de 1982, que foi eliminado justamente pela Itália, em um dos mais célebres confrontos entre as duas seleções.
"O Brasil de hoje não é como o de 1982. Eles não só atacam, aprenderam a defender, assim como a Itália também ataca agora", falou Lippi, que também aposta que tantos anos sem jogos entre as duas seleções não vão influir em nada no aspecto técnico. "Eles nos conhecem e vice-versa."
Do lado brasileiro, o jogo de hoje ganha elogios por ser um teste que pode avaliar a situação do time de forma real.
"Vai ser um jogo importante para testar nosso time", diz Ronaldinho, que, na sua primeira temporada no futebol italiano, vem ficando mais no banco do que no time titular do Milan nas últimas semanas -hoje a tendência é que comece jogando pelo time nacional.
O equilíbrio entre brasileiros e italianos na história é total. Nos 12 confrontos já realizados, foram cinco vitórias para cada lado e dois empates, com igual número de gols marcados (19).
O Brasil só jogou em casa contra os italianos uma vez -no distante ano de 1956.
O Emirates Stadium, onde o Brasil atua pela quarta vez em menos de três anos, não serve como jogo em casa para Dunga.
"Eu me sinto em casa no Brasil. Aqui [na Inglaterra] você é um estrangeiro", falou o treinador, que ainda fez outros dois jogos em arenas londrinas.
O técnico não divulgou a escalação nem deu sinais sobre isso no treino de ontem, já que, em nenhum momento, dividiu de forma clara titulares e reservas na atividade que comandou dentro do campo.
Depois do jogo de hoje, o Brasil só voltará a atuar no final de março, quando vai até Quito enfrentar o Equador pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2010, competição para a qual Dunga diz já ter uma base montada.


NA TV - Brasil x Itália Globo e Sportv, ao vivo, a partir das 17h45



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