O problema não foi o Osasco perder para o Rio a final do terceiro turno, mas sim o comportamento da equipe

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

NAS RODINHAS de vôlei, o assunto é um só: o que aconteceu com o Osasco na derrota por 3 sets a 0 na final do terceiro turno contra o Rio? Como explicar que as duas ponteiras do time, as campeãs olímpicas Paula Pequeno e Sassá, tenham feito juntas só dois pontos no jogo todo?
A diferença entre os dois times na partida era tanta que, enquanto Bernardinho dava instruções táticas, Luizomar de Moura era obrigado a dar recomendações técnicas já que o Osasco errava muito, principalmente no ataque. Resultado: um trágico 25 a 11 no primeiro set. Luizomar tentou de tudo: colocou a levantadora Ana Tiemi no lugar da Carol. No último set, deslocou Natália de oposto para a ponta, no lugar da Sassá. A canhota Lia entrou na saída de rede. Com essa formação, mais pesada no ataque, o time fez seu melhor set, mas perdeu: 25 a 23. Não dá para questionar a qualidade do Osasco. São quatro campeãs olímpicas: Paula Pequeno, Sassá, Thaísa e Carol. Completam a equipe titular, a oposto Natália, mão mais pesada do vôlei nacional, a meio Adenízia e a líbero revelação, Camila Brait. Nesta Superliga, Osasco e Rio jogaram quatro vezes, com duas vitórias para cada lado. Nos duelos que valiam o mando do jogo da final, o Osasco venceu. Nos dois que decidiram os títulos dos turnos, tropeçou. No sábado, o problema não foi perder, mas como foi a derrota e a postura do time. Na semana passada, a psicóloga Sâmia Hallage, a mesma que ajudou a seleção a superar os traumas em jogos decisivos e chegar ao ouro em Pequim, já teve um encontro com as atletas do Osasco. A partir desta semana, vai iniciar um trabalho mais efetivo com as jogadoras. Sâmia deverá acompanhar a equipe em quase todas as viagens e nos jogos. Uma decisão acertada de Luizomar, já que o maior problema parece ser mesmo o emocional. O Rio também tem grandes méritos: fez um plano tático perfeito. A ordem era errar o menos possível e apostar no bloqueio. Mais: o time não deixou a bola cair. Regiane e Érika estão defendendo muito.

LUGAR NO TIME
A ponteira Virna já ficou no banco do Rio na decisão do terceiro turno. Entrou só pra sacar. Nos próximos jogos, já deve começar a jogar mais. A questão é que as titulares, Regiane e Érika, estão muito bem. Vai ser uma batalha essa disputa de posições no time titular.

MAIS UM TÍTULO
O Pesaro, da ponteira Jaqueline e do técnico José Roberto Guimarães, conquistou a Copa Itália. Venceu na final o Novara, da levantadora chinesa Kun Feng, por 3 sets a 0. Com mais essa vitória, o time, que também é o líder do Campeonato Italiano, completou 37 partidas sem derrotas. cidasan@uol.com.br


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