Time da massa em Teresina aposta em 30 mil no estádio e no veterano centroavante Jardel, que está fora de forma

"Nosso futebol ainda é muito atrasado, é praticamente impossível ganhar", diz presidente da equipe, que se satisfaz com o jogo de volta

Cesar Greco/Fotoarena/Folhapress

Robert, do Palmeiras, na chegada do time a hotel em Teresina

RENAN CACIOLI
ENVIADO ESPECIAL A TERESINA

Folha salarial de R$ 80 mil, astro fora de forma e cerca de 30 mil apaixonados no estádio Albertão. São os ingredientes que empurrarão o Flamengo- -PI para o jogo de hoje, às 21h50 (Brasília), contra o Palmeiras.
Em sua nona participação na Copa do Brasil, o rubro-negro do Piauí, fundado em 1937 e inspirado no homônimo do Rio, tem uma pretensão hoje: não perder por dois gols de diferença, o que o eliminaria.
"A ideia é conseguir levar o confronto para São Paulo", diz o diretor do clube Rubens Lab.
O presidente do time, Everaldo Cunha, é ainda mais sincero: "Nosso futebol ainda é muito atrasado. É praticamente impossível ganhar do Palmeiras".
Em Teresina, o rubro-negro é considerado o time da massa. A rivalidade local é dividida com o River, que tem dez títulos a mais (27 a 17) e é o clube dos ricos e políticos da cidade.
O presidente atual do River é o deputado federal Elizeu Aguiar (PTB). "É como se fôssemos o São Paulo, voltado para uma classe mais elitizada", diz o supervisor Evaldo Carvalho. A folha salarial é quase o dobro (cerca de R$ 150 mil) da do rival, mas a descrença é a mesma. "Enquanto vivermos de jogar apenas uma partida não iremos para frente", lamenta Evaldo, referindo-se às partidas como a desta noite.
O jogo da vida do Flamengo- -PI terá um elemento a mais para reforçar a fé do torcedor. Trata-se do atacante Jardel, mesmo com alguns quilinhos a mais. Ele deverá começar entre os reservas por conta de uma lesão no joelho esquerdo.
"Ele já perdeu 6 kg. Se perder mais 4 kg, vai ficar bom", diz o técnico Valter Maranhão sobre o centroavante, campeão da Libertadores-95 com o Grêmio.
Jardel será um dos atrativos do Estadual, a partir do próximo dia 27. Ele estreou a nova camisa em um amistoso contra o Sampaio Corrêa, no último dia 31. Chegou de helicóptero, mas só jogou 21 minutos.
Depois de passar o último Piauiense sem patrocínio, o Flamengo conseguiu atrair dinheiro graças à Jardel, que levará 20% da receita com patrocinadores, acordo semelhante ao de Ronaldo e Corinthians.
Com o camisa 9 em campo, o rubro-negro espera repetir sua melhor exibição na Copa do Brasil. Foi em 2001, quando o time foi eliminado nas oitavas de final pelo Corinthians.
A esperança de visitar o Parque Antarctica, no dia 24, será compartilhada com os mais de 30 mil pagantes esperados para hoje. Sob os gritos de "Mengo", o Flamengo piauiense espera ter alguns minutos de fama, como seu irmão do Sudeste.