São Paulo, quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

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"Em obras", São Paulo faz estreia na Libertadores

Debutante na competição, Ricardo Gomes projeta time ideal apenas em março

Técnico, que não conta com 4 reforços e com Dagoberto hoje, reclama do calendário da equipe e afirma que não desistiu de implantar 4-4-2


CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ricardo Gomes, 45, estreia hoje em sua primeira Libertadores, contra o Monterrey, com um time ainda em construção. À Folha, em entrevista anteontem, o técnico previu seu time ideal para março, reclamou do calendário e disse não sentir maior pressão de torcida e diretoria neste início de ano.

 

FOLHA - Vê diferença entre a Libertadores e torneios que já disputou?
RICARDO GOMES
- Libertadores é como a Liga Europa, a Copa das Campeões. São torneios com formato de Copa do Mundo, mas mais longos. Acho que estou priorizando a Libertadores mais do que todo mundo. Sei que faz parte da história do São Paulo e que serei cobrado por isso. É uma disputa em que não podemos ter pontos fracos.

FOLHA - Neste ano, você foi chamado de burro por torcedores e ouviu queixas da diretoria sobre o time. A pressão está maior?
RICARDO GOMES
- Não vejo pressão maior. É a pressão típica de início de trabalho. No ano passado, no meu início, também foi assim. Mas também vi o torcedor satisfeito depois da partida contra o São Caetano [3 a 0], por exemplo. A satisfação ou não depende de como foi o último jogo, só disso. Por isso todos estarão supersatisfeitos depois do jogo contra o Monterrey.

FOLHA - O clube busca reforços. Essa indefinição do elenco atrapalha?
RICARDO GOMES
- Talvez agora, mas sei que vamos ter jogadores importantes em breve. O Alex [Silva], o Rodrigo [Souto], o Fernandinho não tiveram chance nem de treinar com o grupo. Mais o Cicinho, é quase metade do time fora. E só teremos todos à disposição em março. Sei que o São Paulo sinaliza um grande ano. Mas, por enquanto, só sinaliza.

FOLHA - Qual é o diferencial do São Paulo nesta Libertadores?
RICARDO GOMES
- Não dá para saber. Todos os times brasileiros se prepararam muito bem, contrataram e evoluíram em relação ao ano passado. Agora é esperar para ver o entrosamento e a evolução na competição.

FOLHA - Os times brasileiros são os favoritos?
RICARDO GOMES
- Analisando a ausência do Boca [Juniors] e do River [Plate], você pensa logo nos times brasileiros. Mas, como alguém disse e eu concordo, sempre tem uma LDU [campeã em 2008] escondida. Por isso, tem que esperar as estreias dos times e as primeiras rodadas.

FOLHA - Você tem reclamado da tabela do São Paulo no Paulista. O que poderia ter sido feito?
RICARDO GOMES
- Para mim, é uma coisa lógica. Fará bem para todos se os brasileiros forem bem na Libertadores. Deveria haver uma proteção em cima desses cinco representantes brasileiros em relação ao calendário para termos competitividade tanto na Libertadores como no Estadual. Quem faz o campeonato tem que querer que haja jogos de qualidade. Do jeito que está, tenho que queimar alguns jogos do Paulista.

FOLHA - Fracassou a tentativa de implantar o 4-4-2 no São Paulo?
RICARDO GOMES
- Não acho. O 4-4-2 foi usado no segundo tempo contra o Santos. Podemos tentar de novo mais para a frente, quando o elenco estiver definido. Aí poderemos escalar os melhores e construir alguma coisa mais sólida e definitiva.

FOLHA - Quando você vê o São Paulo no ponto ideal?
RICARDO GOMES
- Temos atletas importantes fora, que farão o time mudar bastante. Por isso, temos que ter paciência. Não dá para definir nada com um monte de gente no estaleiro.


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