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"Em obras", São Paulo faz estreia na Libertadores
Debutante na competição, Ricardo Gomes projeta time ideal apenas em março
Técnico, que não conta com 4 reforços e com Dagoberto hoje, reclama do calendário da equipe e afirma que não desistiu de implantar 4-4-2
CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ricardo Gomes, 45, estreia
hoje em sua primeira Libertadores, contra o Monterrey, com
um time ainda em construção.
À Folha, em entrevista anteontem, o técnico previu seu
time ideal para março, reclamou do calendário e disse não
sentir maior pressão de torcida
e diretoria neste início de ano.
FOLHA - Vê diferença entre a Libertadores e torneios que já disputou?
RICARDO GOMES - Libertadores é
como a Liga Europa, a Copa das
Campeões. São torneios com
formato de Copa do Mundo,
mas mais longos. Acho que estou priorizando a Libertadores
mais do que todo mundo. Sei
que faz parte da história do São
Paulo e que serei cobrado por
isso. É uma disputa em que não
podemos ter pontos fracos.
FOLHA - Neste ano, você foi chamado de burro por torcedores e ouviu queixas da diretoria sobre o time. A pressão está maior?
RICARDO GOMES - Não vejo pressão maior. É a pressão típica de
início de trabalho. No ano passado, no meu início, também
foi assim. Mas também vi o torcedor satisfeito depois da partida contra o São Caetano [3 a 0],
por exemplo. A satisfação ou
não depende de como foi o último jogo, só disso. Por isso todos
estarão supersatisfeitos depois
do jogo contra o Monterrey.
FOLHA - O clube busca reforços. Essa indefinição do elenco atrapalha?
RICARDO GOMES - Talvez agora,
mas sei que vamos ter jogadores importantes em breve. O
Alex [Silva], o Rodrigo [Souto],
o Fernandinho não tiveram
chance nem de treinar com o
grupo. Mais o Cicinho, é quase
metade do time fora. E só teremos todos à disposição em
março. Sei que o São Paulo sinaliza um grande ano. Mas, por
enquanto, só sinaliza.
FOLHA - Qual é o diferencial do São
Paulo nesta Libertadores?
RICARDO GOMES - Não dá para saber. Todos os times brasileiros
se prepararam muito bem, contrataram e evoluíram em relação ao ano passado. Agora é esperar para ver o entrosamento
e a evolução na competição.
FOLHA - Os times brasileiros são os
favoritos?
RICARDO GOMES - Analisando a
ausência do Boca [Juniors] e do
River [Plate], você pensa logo
nos times brasileiros. Mas, como alguém disse e eu concordo,
sempre tem uma LDU [campeã
em 2008] escondida. Por isso,
tem que esperar as estreias dos
times e as primeiras rodadas.
FOLHA - Você tem reclamado da
tabela do São Paulo no Paulista. O
que poderia ter sido feito?
RICARDO GOMES - Para mim, é
uma coisa lógica. Fará bem para todos se os brasileiros forem
bem na Libertadores. Deveria
haver uma proteção em cima
desses cinco representantes
brasileiros em relação ao calendário para termos competitividade tanto na Libertadores como no Estadual. Quem faz o
campeonato tem que querer
que haja jogos de qualidade. Do
jeito que está, tenho que queimar alguns jogos do Paulista.
FOLHA - Fracassou a tentativa de
implantar o 4-4-2 no São Paulo?
RICARDO GOMES - Não acho. O
4-4-2 foi usado no segundo
tempo contra o Santos. Podemos tentar de novo mais para a
frente, quando o elenco estiver
definido. Aí poderemos escalar
os melhores e construir alguma
coisa mais sólida e definitiva.
FOLHA - Quando você vê o São
Paulo no ponto ideal?
RICARDO GOMES - Temos atletas
importantes fora, que farão o
time mudar bastante. Por isso,
temos que ter paciência. Não dá
para definir nada com um monte de gente no estaleiro.
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