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Bronca da F-1 com Indy em SP pode atingir CBA
Circuito do Anhembi ainda precisa de aval da FIA
FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
O corre-corre para realizar
uma prova da Indy em São Paulo e, principalmente, a aversão
da F-1 à iniciativa podem gerar
sanções à Confederação Brasileira de Automobilismo. Ou fazer da corrida de 14 de março
um evento sem sua chancela.
Para que o evento seja oficializado pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), o circuito do Anhembi,
que só teve detalhes definidos
há 20 dias, ainda precisa passar
por uma vistoria de segurança.
A corrida aparece no calendário internacional da entidade
com um asterisco ao lado: pista
sujeita a aprovação. E hoje, segundo a Folha apurou, há uma
forte tendência na FIA a reprovar o traçado, ação que teria o
dedo de Bernie Ecclestone.
O inglês, comandante comercial da F-1, membro do
Conselho Mundial da FIA e
com influência histórica na
promoção do GP Brasil, não
gostou da ideia de a cidade receber provas das duas principais categorias de monopostos.
Mais ainda: de não ter sido
consultado a respeito. Daí, a
possibilidade de represálias.
No final de janeiro, em um
encontro com o ministro do
Esporte, Orlando Silva Jr., ele
deixou clara sua insatisfação. E
comentou estar preocupado
com "questões de segurança".
O responsável por avaliar a
segurança de circuitos mundo
afora e, portanto, pela vistoria
na pista do Anhembi, é Charlie
Whiting. Ele foi funcionário de
Ecclestone nos tempos de Brabham e, não por coincidência, é
delegado da FIA desde que o
dirigente vendeu a escuderia.
A inspeção acontecerá daqui
a duas semanas, após o Carnaval, já que parte do traçado
ocupa o Sambódromo do
Anhembi. E, embora obras já
estejam em curso, o máximo
que Whiting verá serão as vias
que abrigarão o traçado, ocupadas pelo tráfego do dia a dia
-pontos como a marginal Tietê e a avenida Olavo Fontoura.
Sem o aval da FIA, a confederação brasileira diz que não
apoiará a prova. "A palavra final é da FIA. Se ela não aprovar
a pista, não poderemos estar
presentes. Mas estamos torcendo e batalhando para que
tudo corra bem", disse Cleyton
Pinteiro, presidente da CBA.
Caso a pista não seja aprovada e a CBA ajude formalmente
o evento com pessoal ou logística, a entidade estaria sujeita a
uma suspensão, o que prejudicaria as categorias nacionais.
A organização da etapa brasileira da Indy diz não ter receios. "O técnico contratado
para fazer o traçado e acompanhar as obras da pista conhece
bem todas as exigências da
FIA", disse Daruiz Paranhos,
coordenador-geral da prova.
De acordo com ele, caso a
FIA não aprove o circuito daqui a duas semanas, haverá
tempo suficiente para que os
erros apontados sejam corrigidos e a liberação aconteça.
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