São Paulo, quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

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Bronca da F-1 com Indy em SP pode atingir CBA

Circuito do Anhembi ainda precisa de aval da FIA

FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

O corre-corre para realizar uma prova da Indy em São Paulo e, principalmente, a aversão da F-1 à iniciativa podem gerar sanções à Confederação Brasileira de Automobilismo. Ou fazer da corrida de 14 de março um evento sem sua chancela.
Para que o evento seja oficializado pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), o circuito do Anhembi, que só teve detalhes definidos há 20 dias, ainda precisa passar por uma vistoria de segurança.
A corrida aparece no calendário internacional da entidade com um asterisco ao lado: pista sujeita a aprovação. E hoje, segundo a Folha apurou, há uma forte tendência na FIA a reprovar o traçado, ação que teria o dedo de Bernie Ecclestone.
O inglês, comandante comercial da F-1, membro do Conselho Mundial da FIA e com influência histórica na promoção do GP Brasil, não gostou da ideia de a cidade receber provas das duas principais categorias de monopostos.
Mais ainda: de não ter sido consultado a respeito. Daí, a possibilidade de represálias.
No final de janeiro, em um encontro com o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., ele deixou clara sua insatisfação. E comentou estar preocupado com "questões de segurança".
O responsável por avaliar a segurança de circuitos mundo afora e, portanto, pela vistoria na pista do Anhembi, é Charlie Whiting. Ele foi funcionário de Ecclestone nos tempos de Brabham e, não por coincidência, é delegado da FIA desde que o dirigente vendeu a escuderia.
A inspeção acontecerá daqui a duas semanas, após o Carnaval, já que parte do traçado ocupa o Sambódromo do Anhembi. E, embora obras já estejam em curso, o máximo que Whiting verá serão as vias que abrigarão o traçado, ocupadas pelo tráfego do dia a dia -pontos como a marginal Tietê e a avenida Olavo Fontoura.
Sem o aval da FIA, a confederação brasileira diz que não apoiará a prova. "A palavra final é da FIA. Se ela não aprovar a pista, não poderemos estar presentes. Mas estamos torcendo e batalhando para que tudo corra bem", disse Cleyton Pinteiro, presidente da CBA.
Caso a pista não seja aprovada e a CBA ajude formalmente o evento com pessoal ou logística, a entidade estaria sujeita a uma suspensão, o que prejudicaria as categorias nacionais.
A organização da etapa brasileira da Indy diz não ter receios. "O técnico contratado para fazer o traçado e acompanhar as obras da pista conhece bem todas as exigências da FIA", disse Daruiz Paranhos, coordenador-geral da prova.
De acordo com ele, caso a FIA não aprove o circuito daqui a duas semanas, haverá tempo suficiente para que os erros apontados sejam corrigidos e a liberação aconteça.


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