São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 2006

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FUTEBOL 2

Quando jogo na Vila começou, time da capital vencia por 1 a 0 em Mogi

Santos deixa São Paulo ser campeão só por 24 minutos

LUÍS FERRARI
TONI ASSIS

ENVIADOS ESPECIAIS A MOGI MIRIM

Durante 24 minutos, o São Paulo foi campeão paulista. Em Mogi Mirim, a equipe de Muricy Ramalho fez seu papel: entrou em campo com a pegada de quem jogava uma final diante do Ituano e marcou logo dois gols, o que lhe garantia o bicampeonato, até Cléber Santana abrir o placar para o Santos contra a Portuguesa -que ganhou até uma bandeira em Mogi, estendida por são-paulinos em uma das arquibancadas.
Com o retorno de Souza e com a escalação de Alex Dias na vaga do suspenso Aloísio, o São Paulo ganhou em movimentação, principalmente pelo setor direito do ataque, por onde o time levava vantagem sobre o rival, que saiu de campo derrotado por 2 a 0.
Sem um atacante fixo dentro da área -função desempenhada por Aloísio na derrota para o Chivas na última quarta-, o São Paulo abandonou os cruzamentos pelo alto e preferiu triangulações com passes curtos, envolvendo a retaguarda do Ituano.
Antes mesmo do começo do jogo da Vila Belmiro, o São Paulo já começava a fazer sua parte para chegar ao bicampeonato.
Com o time marcando no campo do Ituano, os comandados por Muricy tiveram a primeira chance no primeiro minuto, com Alex Dias, pela direita, exigindo boa defesa de André Luiz.
Dois minutos mais tarde, o atacante recebeu pela direita e levantou na área, para Thiago, de cabeça, abrir o placar.
Em mais dois minutos de jogo, o São Paulo ampliou. Novamente lançado pela direita, Alex Dias sofreu falta na entrada da área. Na cobrança, o goleiro Rogério acertou a trave antes de a bola cruzar a linha do gol -o árbitro Élcio Paschoal Borborema aguardou o bandeirinha correr para o meio do campo para confirmar o primeiro tento do goleiro são-paulino nesta temporada.
Com a vantagem, o São Paulo desacelerou e passou a controlar mais a posse de bola, com um olho no campo e outro na reação dos torcedores a um eventual gol em Santos. O Ituano melhorou a marcação no meio-campo, forçando a ligação direta entre os zagueiros e atacantes são-paulinos.
O mesmo empenho dos minutos iniciais, porém, voltou a ser visto depois de o sistema de som do estádio anunciar que o Santos abria o placar na Vila Belmiro. Como se outro gol do São Paulo desse o título ao time, Souza fez boa jogada pela direita e acertou o travessão de André Luiz.
"Futebol é assim mesmo, mas estamos fazendo nossa parte. Dizem que 2 a 0 é um placar ingrato. Espero que seja para o lado deles [Santos]", afirmou o goleiro Rogério no intervalo.
A preocupação com o jogo da Vila Belmiro ficou clara após o intervalo. No segundo tempo, o campeão mundial exibiu futebol bem menos vistoso, como mostram os números do Datafolha.
Nos 45min iniciais, o São Paulo teve 10 finalizações (4 certas), contra 4 do Ituano. No segundo, o time de Itu concluiu mais do dobro de vezes que o rival: 7 a 3.
Apesar de a torcida não ter desanimado com o fato de a combinação dos resultados dar o título ao Santos, os comandados por Muricy não conseguiram mais articular lances de perigo -problema que ficou ainda mais claro quando começou a chover forte.
Antes do fim do jogo, Muricy, que abandonou seu estilo e sequer ficou na beirada da área técnica gritando para seus comandados durante boa parte do segundo tempo, começou a se preocupar com o restante da temporada.
Sacou o ala Júnior, que saíra de campo machucado na última quarta, e o atacante Alex Dias, praticamente inoperante na segunda etapa. Mais tarde, lançou o jovem Denílson na vaga de Josué.
O São Paulo volta a campo na próxima quarta-feira, contra o Cienciano, pela Libertadores, na cidade peruana de Cuzco, que fica 3.300 m sobre o nível do mar.


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