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FUTEBOL
Técnico, que já pôs fim à agonia de Palmeiras, Cruzeiro e Corinthians, critica adversários e diz que fica no Santos
Serei sempre polêmico, diz Luxemburgo
DOS ENVIADOS A SANTOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Se seu time não ganha títulos há
longo período, Vanderlei Luxemburgo é o nome mais indicado para encerrar o jejum.
Foi assim ontem, com o ponto
final em uma fila de 21 anos, quatro meses e sete dias que o Santos
amargava sem títulos paulistas.
Antes, Luxemburgo havia encerrado o mais negro período da
história palmeirense, quando o time ficou quase 17 anos sem um
troféu sequer.
Em 1993, turbinado pelos dólares da Parmalat, a equipe atropelou o Corinthians na decisão e rumou aos seus mais vitoriosos dias.
No próprio time do Parque São
Jorge, Luxemburgo encerrou um
ínterim de oito anos sem títulos
brasileiros, em 1998. No Cruzeiro,
equipe que assumiu em 2002, levou o clube ao seu primeiro troféu
brasileiro em 2003.
Ontem, como costuma fazer
quando conquista um título, Luxemburgo deixou o banco de reservas em direção ao vestiário
com o jogo ainda em andamento.
Aos 44 minutos do segundo tempo, toda a Vila Belmiro aplaudiu o
"exterminador de filas".
Após o jogo, o técnico mirou os
críticos, principalmente o superintendente de futebol do São
Paulo, Marco Aurélio Cunha.
"Ele disse que Santos servia para
ir à praia. Agora ele tem de vir para cá para ver a taça de campeão
paulista", ironizou. "Ele começou
sua carreira no futebol comigo,
aqui no Santos. Ele precisa nos
respeitar mais."
A réplica veio a seguir. Em entrevista à rádio Jovem Pan, o dirigente rebateu: "O Vanderlei parece criança. Nunca menosprezei o
Santos. Sou sócio do Santos. Ele
não é. Às vezes ele não tem inteligência para entender as brincadeiras que fazemos."
Polêmicas de lado, Luxemburgo
ressaltou o crescimento do Santos
ao longo do campeonato.
"Vencemos todas as etapas que
precisávamos para chegar ao nível de São Paulo e Corinthians.
Conseguimos isso no Paulista,
mas ainda temos de trabalhar
muito para superá-los em competição mais longa", reconheceu.
Elogios, muitos. "O Maldonado
é um dos melhores volantes do
mundo. Se ele fosse mais expansivo, certamente estaria na Europa.
O grupo ficou fortalecido depois
que decidi dispensar o Luizão, o
Giovanni e o Cláudio Pitbull."
Críticas, também. "A mentalidade de algumas pessoas é duvidosa. Chega um jogador desconhecido e logo dizem que não
presta. Ninguém espera para ver
se o atleta consegue se adaptar à
filosofia de trabalho. Falaram que
eu fracassei no Real Madrid? Fracasso? Quando um treinador brasileiro conseguiu chegar aonde
cheguei? Foi uma honra. Agora
dizem que posso ir a outro grande
clube europeu [o Paris Saint-Germain]. Isso é fracasso? Fico envaidecido, mas seguirei no Santos."
Constatação, uma: "Sou sim
muito polêmico. E nunca vou
deixar de ser".
(FÁBIO SEIXAS, MARIANA CAMPOS E TALES TORRAGA)
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