São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 2006

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TÊNIS

Sem Guga, equipe derrota o Equador e agora precisa vencer apenas um confronto para retornar à primeira divisão

Brasil chega à porta da elite da Copa Davis

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil conseguiu ontem a chance de voltar a bater à porta da primeira divisão da Copa Davis.
Com vitória nas duplas, a equipe fechou o confronto contra o Equador, em Cuenca.
O país se encontra agora no mesmo ponto em que estava em setembro de 2003, quando iniciou sua derrocada no principal torneio entre países do mundo. Naquele mês, o time foi derrotado pelo Canadá e deixou a elite pela primeira vez desde 1996.
Na quinta-feira, os brasileiros, que atuaram sem Gustavo Kuerten, devem conhecer o adversário que enfrentam em setembro para tentar voltar ao Grupo Mundial. Dos oito rivais possíveis, apenas contra três as partidas acontecerão com certeza em casa: Suíça, Suécia e Espanha.
"Foi triste não poder contar com o Guga [que faz tratamento médico nos EUA] em um momento como este, mas mostramos que, se não temos ele como líder, temos quatro líderes nesta equipe, temos um time", festejou o capitão Fernando Meligeni.
Gustavo Kuerten foi protagonista do processo de queda do Brasil na Davis. Após a derrota para os canadenses, com ele em quadra, os principais tenista do país fizeram boicote em manifestação contra o então presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Nelson Nastás.
Sem seus jogadores de elite, o time despencou à terceira divisão.
A recuperação aconteceu durante o último ano, com o retorno dos melhores tenistas ao time. No último confronto, contra o Peru, Guga só jogou nas duplas.
No Equador, os brasileiros contaram também com a sorte. Giovanni Lapentti sofreu uma luxação no ombro direito quando enfrentava Flávio Saretta, na sexta-feira -o Brasil marcou seu primeiro ponto-, e terá de ficar cerca de três semanas sem jogar.
Anteontem, Ricardo Mello fez o segundo jogo de simples, que havia sido adiado por causa da chuva. Após mais de quatro horas, bateu Nicolás Lapentti por 3 a 2 (5/7, 6/4, 6/4, 5/7 e 6/4).
A partida de duplas, que aconteceria em seguida, foi adiada pela falta de luz natural. André Sá e Marcos Daniel entraram na quadra ontem e não tiveram dificuldades para bater Lapentti e Carlos Avellan por 3 a 0 (7/6, 6/2 e 6/3).
Depois, Saretta bateu Avellan por duplo 6/4. E o último jogo foi cancelado por causa da chuva.
"Muita gente aqui tem 10 anos de Davis, e, quando cheguei, me senti em uma equipe. Fiquei muito feliz em poder voltar à Davis com a equipe número 1. Sabia que poderia ajudar na dupla", afirmou Marcos Daniel, 88º do mundo e segundo do país.
O tenista fez parte da "equipe B", que defendeu o Brasil contra o Paraguai, em 2004, após o boicote liderado por Kuerten. Em seguida, seu grupo também decidiu não jogar a Copa Davis.
Dos EUA, Guga manteve contato com os tenistas durante a disputa e festejou o resultado.
"Acho que, pelo fato de sermos muito unidos, na Davis a gente extrai mais do que o máximo possível. Agora estamos na nossa realidade na Davis. Tomara que essa vitória ajude o tênis e todo mundo a deslanchar no circuito", disse o brasileiro, sem afirmar, no entanto, se volta ao time para o jogo que valerá vaga na elite, em setembro.


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