São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 2006

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VÔLEI

O céu e o inferno

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A personagem da coluna de hoje é Fabiana Berto, a jogadora do Osasco que deixou a quadra chorando no sábado, depois de errar uma levantada.
Foi o último ponto do jogo, o lance que selou a vitória do Rio sobre o seu time por 3 sets a 2 na primeira partida, da série de cinco, da final da Superliga.
Fabiana acabou o jogo em lágrimas, mas foi o fator surpresa do confronto. Nos dois primeiros sets, o Osasco não foi bem. As jogadas da levantadora Carol estavam marcadas e as ponteiras, Mari e Monique, tinham dificuldade para colocar a bola no chão. Resultado: o time perdeu os dois primeiros sets.
Fabiana, a levantadora reserva que disputa a primeira final de Superliga, entrou no segundo set junto da atacante Soninha. Ela acelerou o jogo, distribuiu bem as bolas, acionou a inspirada Soninha e atrapalhou a marcação do Rio, que havia se preparado para o jogo de Carol, a titular.
Foi assim que o Osasco deixou tudo igual e levou a decisão para o quinto set. O que era qualidade virou problema. Por arriscar demais, concentrar muito o jogo em Soninha, errar a medida de alguns levantamentos e falhar no último ponto, Fabiana saiu da quadra com o peso da derrota nas costas.
É o céu e o inferno, que rodeiam o mundo do esporte. Nesta primeira partida, o Osasco ficou com a dor dos vencidos. No momento decisivo, falhou mais. Já o Rio foi perfeito no set final. Só deu um ponto de erro para o adversário, em uma falha de ataque de Jaqueline.
No balanço geral, o Osasco não foi tão eficiente no saque como o adversário e suas atacantes tiveram mais dificuldades de colocar a bola no chão.
Soninha foi quem equilibrou mais os números. Pelas estatísticas, o Osasco fez 60 pontos de ataque contra 68 do Rio.
O técnico Bernardinho também arriscou ao escolher jogar a primeira partida em Osasco e a estratégia deu muito certo: os próximos dois jogos, na quarta-feira e no dia 19, serão no Rio. Vale lembrar que com mais duas vitórias o time será campeão. Uma pressão a mais para o Osasco.
O Rio já tem a melhor campanha de uma Superliga, competição criada na temporada de 1994/1995. São 22 vitórias em 22 jogos e uma dura lição aprendida no torneio anterior, quando também teve a melhor campanha, mas perdeu o título para o Osasco. O time joga para não repetir a história.
Para completar a lista de dificuldades de Osasco, os jogos das finais são os últimos da carreira de Fernanda Venturini. Quem conhece a levantadora não tem dúvidas: ela não vai querer mesmo se despedir com derrota. Vai jogar tudo o que sabe para completar 12 títulos brasileiros no currículo.
O Rio também está com o time certinho e é o grande favorito. Mas o Osasco não é carta fora do baralho. Se vencer um dos dois jogos no Rio de Janeiro, traz a quarta partida da decisão para Osasco e, aí, iguala a disputa. Mas, para isso, o Osasco vai ter que jogar mais bola do que jogou sábado.

Italiano

Surpresa
Mesmo em casa, o Cuneo, de Giba e Anderson, tropeçou no primeiro jogo, da série de três, que vale vaga nas semifinais do Italiano. A derrota foi para o Piacenza, do líbero Escadinha e do ponta João Paulo Bravo. O placar foi 3 sets a 1 (25/21, 25/18, 21/25 e 25/22). O destaque foi o cubano Leonel Marshall, do Piacenza, com 24 pontos.

Maré baixa
As atuações de Giba e Anderson foram criticadas pela imprensa italiana. Giba fez sete pontos no jogo e Anderson, nove. Com a derrota, a situação do Cuneo ficou difícil: vai ter que vencer o Piacenza na sexta-feira, na casa do adversário, para provocar um terceiro jogo. Caso contrário, será eliminado. Na fase de classificação, o Cuneo ficou em quinto lugar e o Piacenza em sexto.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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