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VÔLEI
O céu e o inferno
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A personagem da coluna
de hoje é Fabiana Berto, a
jogadora do Osasco que deixou a
quadra chorando no sábado, depois de errar uma levantada.
Foi o último ponto do jogo, o
lance que selou a vitória do Rio
sobre o seu time por 3 sets a 2 na
primeira partida, da série de cinco, da final da Superliga.
Fabiana acabou o jogo em lágrimas, mas foi o fator surpresa
do confronto. Nos dois primeiros
sets, o Osasco não foi bem. As jogadas da levantadora Carol estavam marcadas e as ponteiras,
Mari e Monique, tinham dificuldade para colocar a bola no chão.
Resultado: o time perdeu os dois
primeiros sets.
Fabiana, a levantadora reserva
que disputa a primeira final de
Superliga, entrou no segundo set
junto da atacante Soninha. Ela
acelerou o jogo, distribuiu bem as
bolas, acionou a inspirada Soninha e atrapalhou a marcação do
Rio, que havia se preparado para
o jogo de Carol, a titular.
Foi assim que o Osasco deixou
tudo igual e levou a decisão para
o quinto set. O que era qualidade
virou problema. Por arriscar demais, concentrar muito o jogo em
Soninha, errar a medida de alguns levantamentos e falhar no
último ponto, Fabiana saiu da
quadra com o peso da derrota nas
costas.
É o céu e o inferno, que rodeiam
o mundo do esporte. Nesta primeira partida, o Osasco ficou com
a dor dos vencidos. No momento
decisivo, falhou mais. Já o Rio foi
perfeito no set final. Só deu um
ponto de erro para o adversário,
em uma falha de ataque de Jaqueline.
No balanço geral, o Osasco não
foi tão eficiente no saque como o
adversário e suas atacantes tiveram mais dificuldades de colocar
a bola no chão.
Soninha foi quem equilibrou
mais os números. Pelas estatísticas, o Osasco fez 60 pontos de ataque contra 68 do Rio.
O técnico Bernardinho também
arriscou ao escolher jogar a primeira partida em Osasco e a estratégia deu muito certo: os próximos dois jogos, na quarta-feira e
no dia 19, serão no Rio. Vale lembrar que com mais duas vitórias o
time será campeão. Uma pressão
a mais para o Osasco.
O Rio já tem a melhor campanha de uma Superliga, competição criada na temporada de
1994/1995. São 22 vitórias em 22
jogos e uma dura lição aprendida
no torneio anterior, quando também teve a melhor campanha,
mas perdeu o título para o Osasco. O time joga para não repetir a
história.
Para completar a lista de dificuldades de Osasco, os jogos das
finais são os últimos da carreira
de Fernanda Venturini. Quem
conhece a levantadora não tem
dúvidas: ela não vai querer mesmo se despedir com derrota. Vai
jogar tudo o que sabe para completar 12 títulos brasileiros no currículo.
O Rio também está com o time
certinho e é o grande favorito.
Mas o Osasco não é carta fora do
baralho. Se vencer um dos dois jogos no Rio de Janeiro, traz a quarta partida da decisão para Osasco
e, aí, iguala a disputa. Mas, para
isso, o Osasco vai ter que jogar
mais bola do que jogou sábado.
Italiano
Surpresa
Mesmo em casa, o Cuneo, de Giba e Anderson, tropeçou
no primeiro jogo, da série de três, que vale vaga nas semifinais do Italiano. A derrota foi para o Piacenza, do líbero Escadinha e do ponta
João Paulo Bravo. O placar foi 3 sets a 1 (25/21, 25/18, 21/25 e 25/22). O
destaque foi o cubano Leonel Marshall, do Piacenza, com 24 pontos.
Maré baixa
As atuações de Giba e Anderson foram criticadas pela imprensa italiana. Giba fez sete pontos no jogo e Anderson, nove. Com a derrota,
a situação do Cuneo ficou difícil: vai ter que vencer o Piacenza na sexta-feira, na casa do adversário, para provocar um terceiro jogo. Caso
contrário, será eliminado. Na fase de classificação, o Cuneo ficou em
quinto lugar e o Piacenza em sexto.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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