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São Paulo, sábado, 10 de maio de 2003

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FUTEBOL

Técnico, que saiu por insistir no aproveitamento de Gabriel, revela que cúpula do São Paulo alegou "clima triste"

Oliveira confirma que caiu por desacato

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Oswaldo de Oliveira rompeu o silêncio. Demitido há seis dias, o ex-técnico do São Paulo declarou que deixou o clube porque não acatou as ordens da diretoria.
Segundo Oliveira, caso tivesse atendido ao que queria Marcelo Portugal Gouvêa e a cúpula são-paulina, não teria deixado de ser o técnico do time do Morumbi.
"Ordem? Nunca acatei ordens de ninguém. Se tivesse aceitado ordens estaria no São Paulo até hoje", contou Oliveira à Folha, em entrevista por e-mail.
O treinador descontentou a direção porque desobedeceu ordem de afastar Gabriel, como antecipou o Painel FC na quarta, e de testar o zagueiro uruguaio Lugano no time titular. Gouvêa havia proibido Oliveira de usar Gabriel contra o Figueirense, na quinta retrasada, e queria que ele testasse Lugano, contratado pelo presidente sem consulta ao treinador.
O técnico não fez uma coisa nem outra e ainda relacionou Gabriel para a concentração para novo jogo contra o Figueirense, no domingo passado. Na véspera, à noite, foi mandado embora.
Segundo o treinador, o motivo alegado pela direção do São Paulo foi que ele e o elenco estavam tristes, o que Oliveira, 52, nega.
Ele também acha que a pressão das organizadas, que costumavam hostilizá-lo durante as partidas, não teve influência na demissão. "Tenho carinho e respeito pelas torcidas de todos os times pelos quais passei. Não sou um profissional que se intimida com grito de torcida. O que levou o presidente a me demitir, e como ele foi capaz de fazer isso, na calada da noite, só ele pode responder. Respondo por mim, não pelos outros", desabafou.
Sobre o fato de ter ficado seis dias sem se manifestar publicamente, disse que resolveu tirar uns dias para descansar.
"Sempre procurei ser uma pessoa atenciosa e educada com as pessoas e com a imprensa. Não fujo disso, pois faz parte da minha formação. Mas, depois do meu desligamento do São Paulo, tirei uns dias para ficar com a minha família", completou o treinador, cujo contrato com o clube terminava em 30 de junho -ele tem dois meses de salários a receber.


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