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Brasileiro começa com um batalhão já em crise
Derrotas históricas e eliminações vexaminosas recentes abatem participantes
Futebol paulista defende hegemonia de quatro anos
contra rivais, em xeque após
colecionar fiascos em outros
torneios nesta temporada
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Derrotas históricas, eliminações humilhantes e até um rebaixamento. Tudo isso ainda
bastante fresco, o que faz do
Brasileiro-2008, que começa
hoje com três jogos, um campeonato em que um batalhão
de times arranca sob forte desconfiança ou até crise extrema.
Na lista da divisão de elite, times com pinta de favorito, como Flamengo e Cruzeiro, com
vasta tradição no torneio, casos
de Atlético-MG e Grêmio, forças intermediárias, situação de
Atlético-PR e Náutico, e até um
estreante, o Ipatinga.
A Libertadores mergulhou
flamenguistas e cruzeirenses
na crise. Depois da derrota para
o América do México por 3 a 0
em pleno Maracanã, o Flamengo viu bate-boca de médicos, o
ônibus da equipe atacado pela
torcida e a transformação de
Joel Santana, campeão estadual no domingo passado, de
herói em vilão -ele vai agora
dirigir a seleção da África do Sul
e dá lugar a Caio Júnior.
A queda do Cruzeiro, outro
campeão estadual de 2008, na
Libertadores foi até normal,
dado o retrospecto do Boca Juniors diante de brasileiros. Mas
também deixou seqüelas.
Primeiro antecipou o desmonte do elenco -o artilheiro
Marcelo Moreno deve ser o primeiro a sair. Também externou
crises de relacionamento -o
meia Leandro Domingues foi
dispensado porque, segundo a
diretoria, "estava em tom de
pirraça". O jogador rebateu dizendo que o técnico Adilson
Batista não tem critério nenhum para escalar a equipe.
Os Estaduais e a Copa do Brasil foram outros geradores de
crises às vésperas do Brasileiro,
que pelo sexto ano seguido
mantém a fórmula de pontos
corridos em turno e returno.
No caso do Grêmio, um misto
dos dois torneios. Em poucos
dias, o clube foi eliminado em
seu estádio no Campeonato
Gaúcho, pelo Juventude, e no
torneio nacional pelo modesto
Atlético-GO. Resultados que
não abalam a direção do clube.
"O Brasileiro está nivelado, é
tudo japonês", disse o presidente Paulo Odone sobre as
chances da sua equipe.
O Goiás é outro que estréia
no Brasileiro depois de resultados desastrosos em duas competições. Caiu na Copa do Brasil com uma derrota por 4 a 0
para o Corinthians e perdeu os
dois jogos da final do Campeonato Goiano para o Itumbiara.
O Campeonato Mineiro abalou Atlético e Ipatinga. O primeiro perdeu o jogo inicial para
o Cruzeiro por 5 a 0, o maior revés da história contra o histórico rival. Geninho, o técnico do
clube, admite que ele e sua
equipe estão pressionados, situação que pode se deteriorar
caso o time seja eliminado também da Copa do Brasil diante
do Botafogo.
O clube do interior, justo no
ano em que estréia na elite nacional, foi rebaixado à segunda
divisão no seu Estado.
No Rio, o Flamengo virou
piada, mas os outros grandes
também têm traumas recentes,
todos no Estadual. Principalmente o Botafogo, batido na finalíssima e também na final da
Taça Guanabara pelo Fla.
Em São Paulo, Estado que ganhou os quatro últimos Brasileiros, o embalo dos clubes é
maior. Santos e São Paulo fracassaram no Estadual, mas
prosseguem vivos na Taça Libertadores depois de boas atuações nas oitavas-de-final.
O Palmeiras tem em 2008
uma eliminação humilhante
(na Copa do Brasil, contra o
Sport), mas isso aconteceu antes do título paulista, que acabou com um jejum na competição que iria completar 12 anos.
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