São Paulo, sábado, 10 de maio de 2008

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Brasileiro começa com um batalhão já em crise

Derrotas históricas e eliminações vexaminosas recentes abatem participantes

Futebol paulista defende hegemonia de quatro anos contra rivais, em xeque após colecionar fiascos em outros torneios nesta temporada

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Derrotas históricas, eliminações humilhantes e até um rebaixamento. Tudo isso ainda bastante fresco, o que faz do Brasileiro-2008, que começa hoje com três jogos, um campeonato em que um batalhão de times arranca sob forte desconfiança ou até crise extrema.
Na lista da divisão de elite, times com pinta de favorito, como Flamengo e Cruzeiro, com vasta tradição no torneio, casos de Atlético-MG e Grêmio, forças intermediárias, situação de Atlético-PR e Náutico, e até um estreante, o Ipatinga.
A Libertadores mergulhou flamenguistas e cruzeirenses na crise. Depois da derrota para o América do México por 3 a 0 em pleno Maracanã, o Flamengo viu bate-boca de médicos, o ônibus da equipe atacado pela torcida e a transformação de Joel Santana, campeão estadual no domingo passado, de herói em vilão -ele vai agora dirigir a seleção da África do Sul e dá lugar a Caio Júnior.
A queda do Cruzeiro, outro campeão estadual de 2008, na Libertadores foi até normal, dado o retrospecto do Boca Juniors diante de brasileiros. Mas também deixou seqüelas.
Primeiro antecipou o desmonte do elenco -o artilheiro Marcelo Moreno deve ser o primeiro a sair. Também externou crises de relacionamento -o meia Leandro Domingues foi dispensado porque, segundo a diretoria, "estava em tom de pirraça". O jogador rebateu dizendo que o técnico Adilson Batista não tem critério nenhum para escalar a equipe.
Os Estaduais e a Copa do Brasil foram outros geradores de crises às vésperas do Brasileiro, que pelo sexto ano seguido mantém a fórmula de pontos corridos em turno e returno.
No caso do Grêmio, um misto dos dois torneios. Em poucos dias, o clube foi eliminado em seu estádio no Campeonato Gaúcho, pelo Juventude, e no torneio nacional pelo modesto Atlético-GO. Resultados que não abalam a direção do clube.
"O Brasileiro está nivelado, é tudo japonês", disse o presidente Paulo Odone sobre as chances da sua equipe.
O Goiás é outro que estréia no Brasileiro depois de resultados desastrosos em duas competições. Caiu na Copa do Brasil com uma derrota por 4 a 0 para o Corinthians e perdeu os dois jogos da final do Campeonato Goiano para o Itumbiara.
O Campeonato Mineiro abalou Atlético e Ipatinga. O primeiro perdeu o jogo inicial para o Cruzeiro por 5 a 0, o maior revés da história contra o histórico rival. Geninho, o técnico do clube, admite que ele e sua equipe estão pressionados, situação que pode se deteriorar caso o time seja eliminado também da Copa do Brasil diante do Botafogo.
O clube do interior, justo no ano em que estréia na elite nacional, foi rebaixado à segunda divisão no seu Estado.
No Rio, o Flamengo virou piada, mas os outros grandes também têm traumas recentes, todos no Estadual. Principalmente o Botafogo, batido na finalíssima e também na final da Taça Guanabara pelo Fla.
Em São Paulo, Estado que ganhou os quatro últimos Brasileiros, o embalo dos clubes é maior. Santos e São Paulo fracassaram no Estadual, mas prosseguem vivos na Taça Libertadores depois de boas atuações nas oitavas-de-final.
O Palmeiras tem em 2008 uma eliminação humilhante (na Copa do Brasil, contra o Sport), mas isso aconteceu antes do título paulista, que acabou com um jejum na competição que iria completar 12 anos.


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