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FUTEBOL
Corinthians, São Paulo e grandes do RJ têm projeto que ressuscita os regionais e implementa "temporada européia"
Clubes pedem à CBF que calendário mude pela 3ª vez em 3 anos
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Seis dos maiores clubes do país
entregaram à CBF projeto para alterar o calendário nacional pela
terceira vez em três anos.
Flamengo, Vasco, Fluminense,
Botafogo, Corinthians e São Paulo
fecharam questão sobre a adaptação da temporada brasileira à européia, a volta dos regionais a partir de 2006 e a diminuição do Brasileiro para 18 clubes em 2007.
A reivindicação, que teve como
porta-voz o flamenguista Marcio
Braga, amplia o racha dentro do
Clube dos 13. A associação fundada em 1987 não foi nem sequer informada da proposta.
"O C13, que foi fundado na minha sala, deixou de ser um instrumento de defesa dos interesses
das grandes equipes para virar
um mero distribuidor de recursos
da TV. Não deve ser mais um instrumento político. Por isso resolvemos conversar diretamente
com a CBF", argumentou Braga.
O presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, confirma a negociação
com o flamenguista, mas diz que
uma decisão agora é precipitada.
"Recebi as reivindicações e fiquei de estudar. Ouvi os argumentos, mas, como a mudança é
só para 2006, ainda há tempo para
um debate maior", disse o cartola.
Em 2003, Teixeira defendeu um
calendário de agosto a maio como
solução para diminuir o êxodo de
atletas no meio do Nacional. Mas
até hoje não levou a idéia a cabo.
Pela proposta dos clubes, os Estaduais seriam disputados no início da temporada, no segundo semestre. Em seguida, seria ressuscitado o Rio-SP, apenas com os
oito grandes (os autores do projeto mais Santos e Palmeiras). O
Nacional fecharia o calendário,
com 38 datas na edição de 2006/
2007 e 34 na de 2007/2008.
"Está todo mundo quebrado.
Do jeito que está, não tem como
ficar, não dá para pagar as contas.
Com esse novo calendário universalizado, não perderíamos meio
time no meio do campeonato. Só
haveria jogo nobre. Não estamos
acostumados a um torneio de nove meses", declarou Braga.
Em tese, a proposta tem o apoio
das maiores federações do país, a
de SP e a do RJ. O ponto da discórdia é sobre quem gerenciaria o regional. "Está provado que liga não
dá certo. As federações já têm um
entendimento de que o Rio-SP é
rentável, mas queremos organizá-lo", disse Marco Polo Del Nero,
presidente da Federação Paulista.
Por trás do calendário está a
chance de aumentar a arrecadação dos times na verba da Globo.
Como o grupo não consegue aumentar sua participação em relação aos demais no Nacional, a saída seria criar um torneio para ratear os R$ 350 milhões que a TV
injeta por temporada no futebol.
Informado pela Folha da proposta feita por seis de seus maiores filiados à CBF, o presidente do
Clube dos 13, Fábio Koff, mostrou
irritação. "Acho engraçado.
Quem aprovou esse calendário,
com Brasileiro de pontos corridos, são os mesmos que querem
mudá-lo seis meses depois." Para
ele, os colegas não têm criatividade para resolver os problemas financeiros. "A proposta não foi
discutida no fórum adequado [o
C13] e só trás turbulência. Agora
que o mercado internacional começa a se interessar por nossos
torneios, querem mudar tudo."
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