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TOSTÃO
Ansiedade da estréia
Cada um cria uma superstição ou um hábito para lidar com a ansiedade
ANTES de uma grande competição, de
uma decisão, muitos jogadores costumam
dizer que estão tranqüilos.
Morrem de medo de que
pensem que estão nervosos. "Amarelar" é a principal ofensa a um atleta. Na
verdade, quase todos os
atletas dormem mal antes
de um jogo importante, ficam tensos e preocupados
com um possível fracasso.
Era o que eu sentia.
A ansiedade é um fator
positivo a atletas e a qualquer profissional. Ela estimula a produção de substâncias que aumentam o
entusiasmo, a concentração e a força muscular. A
pessoa fica mais alerta. É o
doping natural.
Porém, quando a ansiedade ultrapassa certo limite, variável a cada atleta, o jogador perde a lucidez, começa a tropeçar na
bola e a perder gols feitos.
Antes da partida, cada
jogador cria um hábito ou
uma superstição para lidar com a ansiedade. Uns
tocam e cantam. Outros
rezam e beijam a medalhinha. Há os que não saem
do banheiro na tentativa
de jogar o medo para fora.
Quando Pelé chegava ao
vestiário, ia para um canto, esticava as pernas e fechava o olho. Ninguém podia incomodar a fera. Será
que ele dormia e sonhava
com os gols que faria? Ou
só pensava nos encontros
que teria após a partida?
No dia do jogo final da
Copa de 1970, tomamos
um café reforçado, já que a
partida seria ao meio-dia.
Havia um grande silêncio.
Todos estavam tensos. Aí
o folclórico Dario disse
que sonhara ter feito três
gols e queria ser escalado.
Só podia ser no meu lugar.
Todos deram grandes risadas e o ambiente ficou
menos tenso.
Vitória alemã
Contra a Costa Rica, a
Alemanha mostrou méritos no ataque e repetiu
suas principais deficiências, a pouca qualidade
dos zagueiros, além de a
defesa marcar em linha e
à frente, para diminuir os
espaços entre o meio-campo e os zagueiros.
Mas aumentam os espaços nas costas dos defensores para os lançamentos, como nos dois
gols da Costa Rica. Jogar
com os zagueiros adiantados é um hábito na Europa, inclusive dos brasileiros (Lúcio e Juan). No
Brasil, os zagueiros marcam mais atrás.
@ - tostao.folha@uol.com.br
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