Digo que a seleção brasileira vai parar nas oitavas-de-final da Copa do Mundo

A FESTA de abertura foi simpática, o primeiro jogo teve seis gols, mas o que queremos mesmo, depois deste pontapé inicial, é saber o que vai acontecer com o Brasil.
Enquanto assistia ao jogo numa sala aqui do hotel, perguntei a amigos jornalistas o que aconteceria com nossa seleção. Os palpites variaram. Os otimistas inveterados disseram que o hexa virá naturalmente. Os pessimistas apocalípticos falaram que certamente vamos tropeçar no meio caminho.
Como precisava de uma certeza, de uma opinião científica, firme e decidida, recorri a Zé Cabala, que assistia ao jogo sentado num canto da sala, com a cadeira inclinada e apoiando seu turbante na parede. Quando lhe fiz a pergunta, ele retrucou: "Entendi mal ou o nobre gazeteiro está querendo uma consulta grátis?".
"Não quero ofendê-lo, nobre mestre, mas sabe como é..., a Folha não me deu verba para este tipo de coisa..."
"Solerte gazeteiro (ainda vou olhar no dicionário o que é gazeteiro), prever o futuro é meu dom, não posso compartilhá-lo com você sem receber recompensa real." Então vasculhei os bolsos e achei justamente isso, R$ 1. "Não era esta recompensa real que esperava", disse ele, pondo a nota amarfanhada no bolso, "mas, já que é assim, meu caro, digo-lhe que o Brasil vai parar já nas oitavas de final."
"Puxa, isso é uma péssima notícia!" "Por R$ 1 você queria coisa melhor?"
Fiquei em dúvida. Será que o mestre dos mestres está se vingando por eu ter lhe dado apenas uma moeda por uma informação que não tem preço ou esta é mesmo a verdade futura? Saberemos daqui a alguns jogos. Mas fica aqui o palpite do mestre dos mestres.
Eu, por outro lado, vendo as coisas de perto, estou mais otimista. A seleção está alegre, o trabalho de Parreira tem lógica e o coletivo desta sexta (o primeiro em muito tempo) deu gosto de ver. Mas não faço previsões porque sou um colunista, e não um adivinho.