São Paulo, quinta-feira, 10 de junho de 2010

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Fabu cadê o loso?

Luis Fabiano, artilheiro na era Dunga, vive dias de irritação por causa do jejum de gols

EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

Luis Fabiano não grita um gol com a camisa da seleção brasileira há cinco jogos. Não sabe se, ao final da Copa-2010, volta para o Sevilla ou vai para outro lugar. E mostrou irritação nos recentes treinos e amistosos na África.
O camisa 9 do Brasil passou em branco contra Venezuela, Inglaterra, Omã, Zimbábue e Tanzânia. Os três últimos ocupam os lugares 97, 113 e 108 no ranking da Fifa.
Dos 11 gols feitos pelo Brasil nessas partidas, nenhum foi do principal encarregado de marcá-los. O jejum de gols, que deixa Luis Fabiano, 29, visivelmente contrariado, é o maior do artilheiro, apelidado Fabuloso, desde que Dunga assumiu o time.
A maior seca anterior havia sido em 2008, quando o centroavante não anotou nas partidas diante de Venezuela, Paraguai e Argentina.
Além de lidar com a estiagem, Luis Fabiano convive com as incertezas sobre seu futuro. Na única entrevista coletiva que concedeu na África do Sul, o atacante tentou driblar o assunto. "Sobre transferência, eu não gostaria de falar neste momento."
Mas não conseguiu: "Tenho mais um ano de contrato, não sei... O Sevilla pensa em [me] vender e há uma possibilidade de sair."
Ontem, jornais italianos informaram que Adriano Galliani, cartola do Milan, viajou para a Espanha a fim de contratá-lo. Ofereceria o holandês Huntelaar ou 12 milhões (R$ 26 milhões).
Na Espanha, porém, dirigentes do Sevilla falam em renovar o contrato até 2013.
José Fuentes, agente do atleta, afirmou à Folha que "Luis Fabiano só está preocupado com a Copa do Mundo. Não tem nada de Milan".
Ao lado de Robinho, Luis Fabiano é o maior artilheiro da era Dunga, com 19 gols. Em jogos por torneios oficiais, sua média é de 0,9 por partida. Em amistosos, a produção é menor: 0,5 tento por exibição, em média.
Por enquanto, não há dúvida sobre quem deve ser o centroavante titular da seleção no Mundial africano.
Mas, daqui a cinco dias, o Brasil estreia na Copa do Mundo contra a Coreia do Norte. E, se passar mais uma vez em branco, Luis Fabiano vai igualar o recorde negativo de Ronaldo, que ficou seis jogos sem fazer gol em 2005. À época, o Fenômeno já era contestado pelo peso e pela falta de comprometimento.


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