São Paulo, segunda-feira, 10 de julho de 2006

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"Viva o vídeo", ataca Domenech

Para treinador francês, como ninguém do trio de arbitragem viu agressão, Zidane deveria sair ileso

Argentino Horacio Elizondo, que expulsou craque depois de avisado por 4º assistente, marcou pênalti duvidoso e deixou de assinalar outro


DOS ENVIADOS A BERLIM

Primeiro argentino a apitar uma final de Copa do Mundo, Horacio Elizondo deixou o Estádio Olímpico de Berlim como um dos personagens da decisão. Principalmente por causa da expulsão do meia Zinedine Zidane, que gerou críticas e ironias dos franceses, mas por dois outros lances polêmicos e cruciais para o resultado do jogo.
O pênalti que fez a França abrir o placar, no início do primeiro tempo, foi duvidoso. Não parece claro que Materazzi derrubou Malouda na área.
Depois, na etapa final, Zambrotta deu um carrinho em Malouda, que não pegou na bola, mas atingiu o atacante francês, e desta vez Elizondo resolveu não marcar a penalidade.
Após a partida, o técnico da França, Raymond Domenech, queixou-se de que nenhum dos integrantes do trio de arbitragem viu a cabeçada de Zidane em Materazzi durante o segundo tempo da prorrogação e que, portanto, o jogador não deveria ter levado o cartão vermelho.
"Acabaram de instaurar a arbitragem por vídeo, já que foi o quarto árbitro que avisou Elizondo. Nem o assistente viu nada. É uma nova regra que se coloca em prática. Viva o vídeo no futebol", ironizou Domenech.
Segundo ele, "Materazzi foi o homem da partida [por ter causado a expulsão de Zidane], e não Pirlo. É triste que tenha terminado dessa forma".
Para o treinador, a saída do seu principal jogador ajudou a determinar o fracasso francês na disputa de pênaltis. "A expulsão foi um elemento importante do jogo. No segundo tempo e na prorrogação, os italianos esperavam os pênaltis. Era a única esperança deles."
Ele afirmou também que, como o meia é sempre um dos primeiros cobradores a chutar, sua permanência em campo teria influído na disputa.
O técnico da Itália, Marcello Lippi, evitou criticar Elizondo. Disse apenas que não foi o banco italiano que alertou o árbitro para a cabeçada, mas sim "o quarto e o quinto auxiliares".
Ninguém da França ou da Itália falou sobre o que Materazzi teria dito a Zidane para deixar o meia tão descontrolado na prorrogação. Nas imagens do início do lance, percebe-se que o zagueiro dá uma espécie de beliscão no peito do francês, o que dá início a uma discussão entre eles.
O mais incrível é que Zidane deu a cabeçada sem se preocupar em disfarçar a agressão.
O lateral Zambrotta provocou o camisa 10 francês pelo ato. "Não me surpreendo com sua reação, ele já havia feito isso quando jogava pela Juventus", afirmou. (FÁBIO VICTOR, GUILHERME ROSEGUINI, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E RODRIGO BUENO)

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