São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007

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coincidência

Brasil repete passos da vitória de 2004

Caminho na Copa América da Venezuela mostra muitas semelhanças com a campanha vitoriosa no Peru, há três anos

Assim como a seleção de Parreira, equipe de Dunga foi segunda em seu grupo, goleou nas quartas e pega Uruguai nas semifinais

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A PUERTO LA CRUZ

Se no começo a seleção de Dunga na Copa América lembrava em muitos aspectos a equipe que fracassou no Pré-Olímpico de 2004, agora começam a se multiplicar as coincidências, como o choque de hoje nas semifinais com o Uruguai, com a campanha bem-sucedida na Copa América daquele ano.
Como na competição anterior no Peru, o Brasil precisa passar pela Celeste Olímpica no penúltimo mata-mata. O jogo desta noite acontece em Maracaibo, na Venezuela, e pode levar a uma final com a Argentina -em 2004, a seleção brasileira triunfou passando em seqüência pelos dois rivais.
A equipe que era treinada por Carlos Alberto Parreira ganhou duas partidas e perdeu uma na primeira fase, assim como a de Dunga. Ambos os times avançaram como vices de seus grupos e golearam nas quartas-de-final, pegando moral.
No sábado, em sua melhor atuação na Copa América, o Brasil de Dunga atropelou o Chile (6 a 1). Há três anos, a seleção de Parreira iniciava o mata-mata com 4 a 0 no México.
Dois jogadores que foram titulares contra o Uruguai em 2004 começam jogando hoje pelo Brasil: o lateral-direito Maicon e o zagueiro Juan. ""Brasil e Uruguai têm uma rivalidade que não acaba nunca. Mas muita coisa mudou de 2004 para cá. Só eu mudei duas vezes de time", falou Maicon.
Júlio Baptista, o armador do atual time, entrou no segundo tempo no duelo de três anos atrás, assim como Diego, meia que fica na reserva hoje.
Taticamente, é possível até falar que os times são parecidos. O Brasil de 2004 e o de agora atuam no 4-4-2. E, curiosamente, podem ser vistos como times de três volantes. Dunga usa Gilberto Silva, Mineiro e Josué, três marcadores.
A equipe brasileira campeã de 2004 tinha no meio Kléberson, Edu e Renato. Os dois primeiros são volantes de fato, e Renato, dependendo do esquema, pode atuar nessa função. Naquele time, o armador era Alex (talvez aí esteja a grande diferença), e os outros três atletas do meio marcavam.
Desde o início dos treinos na Granja Comary, Dunga se mostrou uma espécie de clone de Parreira, priorizando treinos na metade do campo e a posse de bola. Na Venezuela, defendeu o ""futebol de competição".
Uma curiosidade entre os times brasileiros de 2004 e o de agora: na equipe que triunfou no Peru, Luisão era um dos zagueiros titulares. Agora, seu irmão Alex Silva é suplente.
Se você acredita mesmo em coincidências, bom se preparar para fortes emoções hoje. A semifinal entre Brasil e Uruguai há três anos terminou 1 a 1. E a seleção pentacampeã venceu por 5 a 3, nos pênaltis.


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