Equipe de Del Bosque recebeu 3 cartões, 12 a menos que a de Van Marwijk

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

Sobra "fair play" para os espanhóis. Faltam bons modos para os holandeses. Os rivais da final da Copa podem entrar também para a história na parte disciplinar.
Se a Holanda ganhar, será o campeão com mais cartões recebidos desde a introdução do amarelo, no México-1970. Já a Espanha pode igualar a Alemanha de 1974 como o vencedor menos faltoso.
Depois de seis jogos neste Mundial, o time da camisa laranja soma 15 amarelos. O máximo que um campeão da Copa teve até hoje foram as 12 advertências recebidas pelos argentinos em 1986.
O time de Bert van Marwijk já superou o número total de cartões de um vencedor da Copa, 14 (11 amarelos e 3 vermelhos), da França, em 1998.
Tudo muito diferente da Espanha. Com seu estilo vistoso e muita vantagem na posse de bola, os comandados de Vicente del Bosque somam apenas três cartões amarelos, assim como os alemães em 1974 -numa época em que o número de advertências era muito menor.
Comparada com as campeãs dos últimos 20 anos, fica ainda mais clara a disciplina da seleção espanhola. A partir do Mundial de 1990, a média dos donos da taça foi de 7,5 cartões amarelos.
O ranking de faltas do Datafolha ajuda a explicar a discrepância no comportamento disciplinar dos finalistas.
A Espanha é o terceiro time menos faltoso da Copa, com média de 10,5 infrações por jogo. A Holanda aparece no meio do ranking, com uma média bem maior do que a espanhola (16,5).
Time com mais amarelos da Copa-2010, a Holanda nem pode colocar a culpa em alguém mais esquentado. Nada menos do que 13 jogadores da equipe já foram advertidos com o amarelo.
Os juízes também foram brandos com alguns holandeses. Segundo jogador mais faltoso do time, o volante Van Bommel recebeu seu primeiro cartão amarelo só na semifinal, contra o Uruguai.
Os holandeses foram advertidos na maioria das vezes por faltas violentas. Mas também houve cartões por outras razões. Contra os uruguaios, Sneijder tomou amarelo por peitar os sul-americanos com a bola parada.
Na derrota de Port Elizabeth, pelas quartas de final, sobraram reclamações dos brasileiros pelo comportamento dos atletas da Holanda, especialmente do atacante Robben, que, segundo os comandados de Dunga, cavava faltas e exagerava na demonstração de dor.
(MARTÍN FERNANDEZ E PAULO COBOS)


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