São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2000


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Copa JH escancara publicidade subliminar de empresas telefônicas
Disque-futebol

Antônio Gaudério - 06.ago.00/Folha Imagem
Paulo Miranda (à dir.) e Juninho (terceiro da dir. para a esq.), durante jogo do Vasco, usando os números 23 e 31, respectivamente



Atletas como Roger (Flu) e André Luis (Corinthians) jogam com números de operadoras em busca de contratos de marketing; Procon vê ilegalidade



RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Copa João Havelange, versão 2000 do Campeonato Brasileiro, está fazendo publicidade subliminar de empresas telefônicas.
Segundo o artigo 36 do Código de Defesa do Consumidor, propaganda subliminar, qualquer mensagem com objetivo de formar decisão (de voto, compra de um produto ou uso de um serviço) pelo subconsciente, é ilegal.
Jogadores de destaque, como André Luis, do Corinthians, e Roger, do Fluminense, escolheram camisas com os números que identificam os serviços DDD e DDI das empresas telefônicas.
O lateral-esquerdo André Luis, principal reforço do Corinthians para o segundo semestre, joga com a camisa 23, o número da Intelig. Segundo ele, o uso do número deve-se a um possível contrato com a empresa telefônica.
""A Hicks Muse me deu a 23 porque haveria a possibilidade de um contrato com a Intelig. Me perguntaram se haveria problema. Disse que não, pois já havia jogado com a 23 na Espanha. Se eu receber uma proposta da Intelig, estou à disposição", disse André.
Dois dos principais jogadores do Fluminense, Roger e Flavinho, estão jogando com as camisas 21 e 23 (números da Embratel e da Intelig), respectivamente.
""Foi uma iniciativa do próprio clube. A idéia é explorar todo o espaço possível. Nós já estamos conversando com as empresas. Evidentemente, são empresas concorrentes, mas quem vier será lucro", disse David Fischel, presidente do Fluminense.
As camisas dos jogadores do Fluminense, menos a 21 e a 23, foram distribuídas por Cacá Barbosa, supervisor de futebol do clube.
""A diretoria pediu o 21 para o Roger e o 23 para o Flavinho. Foi jogada de marketing", disse.
A camisa 31 (número da Telemar) do Fluminense ainda está vaga. Pelo regulamento, os números podem ir de 1 a 31. O atleta tem que atuar com o mesmo número todo o torneio, exigência nunca feita em Brasileiros.
No Rio, outros clubes estariam pensando também na estratégia. Athirson, do Flamengo, seria inscrito, a princípio, com um número de uma operadora.
Mas, como quase foi negociado antes do torneio, o clube desistiu. No Vasco, o meia Juninho, que sempre usou a camisa 8, joga agora com a 31.
No sul, a última contratação do Grêmio, o atacante Adão, ganhou a 23. Coincidência, diz o clube.


Colaborou Maércio Santamarina, da Reportagem Local

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