São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2000


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FUTEBOL
Fundo norte-americano acerta compra de terreno na Raposo Tavares para a construção de novo estádio do clube
HMTF adquire local de "sonho corintiano"


FERNANDO MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O HMTF concretizou a compra do terreno para a construção do novo estádio do Corinthians.
Após mais de seis meses de negociação, o fundo de investimentos adquiriu um terreno no quilômetro 16 da rodovia Raposo Tavares, nas divisas de São Paulo, Osasco e Cotia.
A informação foi dada pelo empresário J. Hawilla, dono de 51% das ações da Traffic.
A Traffic foi a empresa de marketing esportivo que intermediou a parceria entre o Corinthians e o HMTF, que teve início em abril do ano passado.
"As obras começarão em 60 dias. O estádio vai sair", afirmou Hawilla, durante a abertura da feira de negócios Futebol S.A., ontem à tarde, em São Paulo.
A finalização do estádio, que inicialmente estava marcada para meados de 2001, não deve ocorrer em menos de dois anos.
O HMTF continua oferecendo o nome do estádio que irá construir em troca de patrocínios para bancar o projeto, que pode custar até US$ 100 milhões.
Maior projeto dos norte-americanos para o Corinthians, o estádio terá capacidade para até 50 mil pessoas.
De acordo com os slides mostrados em um almoço no início do ano, serão construídos três anéis para os torcedores.
Cerca de 5% dos lugares para a platéia no novo estádio serão oferecidos a empresas, que poderão adquirir camarotes para entreter clientes e compradores em potencial e, assim, injetar recursos para a construção da obra.
Enquanto não consegue concretizar o sonho de ter um estádio próprio em condições de receber sua torcida, o Corinthians continuará mandando suas partidas no Pacaembu.
O clube já doou à Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação 30 catracas eletrônicas e pretende ampliar de 37 mil para 48 mil pessoas a capacidade do Pacaembu.
Para isso, irá retirar as cadeiras de plástico localizadas no anel acima do portão principal.
Segundo os dirigentes corintianos, as cadeiras são muito largas, e o espaço perdido poderia ser mais bem aproveitado. O time, inclusive, já fez uma consulta à Fifa para saber qual o espaço que deve ser destinado para cada torcedor.
Além da ampliação, o clube está investindo na limpeza do estádio. Desde o jogo contra o Nacional, do Uruguai, na última semana, pela Copa Mercosul, funcionários corintianos têm sido deslocados para o Pacaembu para limpar os assentos e os banheiros do estádio municipal.
O Corinthians só conseguiu voltar a abrigar seus jogos no Pacaembu depois de um acordo entre a Rede Globo e a Target, empresa que detém os direitos sobre as placas publicitárias no local.
O Pacaembu, que teve apenas quatro jogos oficiais do clube no primeiro semestre -todos pela Libertadores-, foi subaproveitado por causa da suspensão da licitação vencida pela Target.
O cancelamento aconteceu após reportagens da Folha revelarem favorecimento na concorrência.
Com a licitação suspensa, não havia como a Globo, que detinha os direitos do Paulista, negociar para colocar as placas de seus patrocinadores no Pacaembu.
O Corinthians passou a mandar suas partidas pelo Estadual no Canindé e no Morumbi.
A Target, porém, recorreu da decisão e conseguiu, no mês passado, retomar os direitos sobre as placas, o que permitiu o acerto com a emissora carioca.
A Folha procurou ontem Luís César Granieri, vice-presidente do Corinthians, para comentar a compra do terreno pelo HMTF, mas não o localizou até o fechamento da edição.
Marcos Caruso, diretor de marketing da Teamco, empresa ligada ao HMTF, disse não saber se a empresa havia adquirido o espaço na Raposo Tavares. "Cuidei disso antes. Agora, estou fora do projeto do estádio."
Marcelo Tefler, o agora responsável pelo projeto, também não foi localizado pela reportagem.


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