São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2008

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TOSTÃO

Melhor que Eto'o


Marta atuaria entre os homens, no Brasileiro, tão bem ou até melhor que os principais de sua posição?

MARTA É melhor que Obina e Eto'o. A evolução física, técnica e tática do futebol feminino, em todo o mundo, foi impressionante. Dez anos atrás, o campo era enorme para elas. O futebol feminino deve ser analisado sem compará-lo com o masculino. Mas, por curiosidade, será que Marta atuaria entre os homens, no Brasileirão, tão bem ou até melhor que os principais jogadores de sua posição?
Se Obina é melhor que Eto'o e Marta, sem dúvida, é melhor que Obina, Marta é melhor que Eto'o.
Carlos Alberto Parreira não deve gostar de ver a seleção feminina jogar com três zagueiras. Ele sempre diz que essa não é a tradição brasileira, embora a seleção campeã mundial de 2002, dirigida por Felipão, tenha atuado dessa forma na maior parte do tempo.
Os técnicos brasileiros adoram jogar com três zagueiros. O esquema com três zagueiros deveria ser utilizado para fortalecer o ataque. Escrevo isso há mais de dez anos.
Se há um jogador a menos na linha de defensores, deveria haver mais um armador ou um atacante. Os alas deveriam atuar como os meias pelos lados, no esquema com duas linhas de quatro.
Os técnicos fazem o contrário. Escalam três zagueiros para fortalecer a defesa. Os alas jogam como laterais, que apóiam um pouco mais. São cinco defensores. Em vez de ganhar, o time perde um armador ou um atacante.
A marcação por pressão, que torna o time mais ofensivo, deveria funcionar melhor com três zagueiros.
A equipe adianta toda a marcação e deixa um zagueiro livre na cobertura. Não é o que vejo. Os três zagueiros continuam em linha e atrás.
Mesmo se os técnicos utilizarem bem os três zagueiros, prefiro o esquema com dois zagueiros e dois laterais. Enquanto um lateral avança, o outro fica mais recuado.
É uma tentativa de unir as vantagens de atuar com dois ou três zagueiros.
Como os europeus abandonaram o esquema com três zagueiros e os laterais não têm habilidade e avançam pouco, várias equipes têm jogado com um centroavante e um atacante de cada lado, que também marcam.
O mais importante é a qualidade dos jogadores, e não o desenho tático. A seleção masculina atuou mal e ganhou da Bélgica graças a uma belíssima jogada individual de Hernanes, ao fato de o adversário ficar com dez em campo quando o jogo estava 0 a 0 e à fraca qualidade dos belgas. Eles são altos e ruins.
O árbitro árabe que apitou a partida não sabe o que é falta, como a maioria dos árbitros brasileiros. Árbitro não pode apitar à moda européia nem à brasileira. Tem que marcar certo, sejam cem ou nenhuma falta. Vai depender de cada partida e da maneira de jogar dos times. Os árbitros brasileiros marcam faltas demais.
Contra a Bélgica, Ronaldinho jogou novamente com lentidão e em um pequeno espaço. Parecia um veterano. Isso não ocorreu porque ele estava parado há vários meses. Ele jogou dessa forma nos últimos dois anos. Não sei se é por não ter as mesmas condições físicas ou se mudou a maneira de jogar. Atuando assim, ele só vai brilhar de vez em quando e/ou contra fracos adversários, como a Nova Zelândia.


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