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TÊNIS
Não mais um mero garoto
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Mandy Moore, 19, é uma típica adolescente. Tenta driblar diariamente a vigilância paterna, busca rapidamente a independência financeira para comprar seus próprios CDs, baba pelos garotos bonitões de sua idade,
gosta de fast food, sonha em ser
uma cantora famosa ou uma
grande estrela do cinema.
Como qualquer adolescente
moderna, ela não escreve mais
seus segredos em um diário. Agora, quando quer deixar as coisas
registradas, ela acessa a internet e
deixa mensagens em seu blog.
Em outubro do ano passado,
por exemplo, escreveu mais ou
menos assim: "Sim! Eu estou namorando. E eu estou muito, muito feliz. Ele é o máximo. Ele já falou de mim para os amigos dele.
A turma toda deixa mensagens
aqui perguntando se eu estou namorando, por isso resolvi contar".
O namoro de Mandy é adolescente também em outro aspecto:
ela e o namorado pouco se vêem.
Ele mora em uma cidade, e ela,
em outra, uns 100 km distante.
Por isso, a maior parte do namoro se dá pelo telefone. À noite,
depois de jantar com os pais,
Mandy se tranca no quarto e, indefectivelmente, liga para o namorado. Os papos, óbvio, são os
mais variados: o que ele fez durante o dia, o que ela fez, o novo
disco lançado por não sei quem, a
roupa que ela comprou...
Na semana passada, em um dos
telefonemas à noite, Mandy falou
mais uma vez ao namorado que
estava morrendo de saudade e
que queria vê-lo no fim de semana. Desta vez, ele estava mais longe, trabalhando em Nova York,
disputando o Aberto dos EUA.
Andy Roddick disse que ela poderia encontrar-se com ele durante o fim de semana. Talvez tivesse um tempo livre a mais. Ela
revelou então que tinha feito reserva para viajar a Nova York na
noite de sábado. Para encontrar o
namorado no domingo, ou então
para vê-lo na decisão do Aberto
dos EUA.
"Você pode vir. Só não sei se vai
ter lugar para você ficar no camarote", disse, indicando que talvez
o namorado dela não fosse finalista do último Grand Slam da
temporada.
No sábado, poucas horas antes
da chegada de Mandy, Roddick
deu a idéia de que não parava de
pensar nela. Aéreo, permitiu ao
argentino David Nalbadian dois
match points. Mas equilibrou-se,
mostrou maturidade e fez bem o
seu serviço, literalmente.
No jogo em que poderia atuar
como um menino, mostrou personalidade de adulto, um saque eficiente, de campeão, e uma concentração de gente muito experiente. Não deu chance nenhuma
a Juan Carlos Ferrero e, finalmente, faturou o seu Grand Slam.
Ao conversar com os jornalistas
logo depois, o ex-jovem adolescente Andy Roddick já começou
falando: "Por favor, nada de começar de novo com essa merda de
"como você se sente sendo a maior
promessa do tênis norte-americano?" , entenderam? Agora, isso
não é mais comigo".
Mandy pode ainda ser uma típica adolescente, mas seu namorado, esse que ganhou o Aberto
dos EUA no domingo, finalmente
deixou de ser garoto e virou adulto. Agora, é gente grande.
Vai bem...
Marcos Daniel ganhou o Challenger de Gramado no domingo.
Vai?
Andre Agassi ensaiou discurso de despedida ao ser eliminado do
Aberto dos EUA, em Nova York.
Vai mal...
A chuva afeta os tenistas. A distância e os preços, os fãs. A estrutura,
os jornalistas. Tá com cheiro de mico o Torneio da Costa do Sauípe.
Vai para mais perto...
Na próxima temporada, o ATP Tour brasileiro será em fevereiro. São
Paulo já pode se preparar.
E-mail reandaku@uol.com.br
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