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São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2003

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JUDÔ

Após fiasco em 2001, CBJ tenta comprovar salto do Pan em busca de ouro inédito no Japão e mais verbas da Lei Piva

País testa preparo e evolução no Mundial

DA REPORTAGEM LOCAL

Há dois anos, o país não subiu ao pódio e registrou sua pior campanha em uma década. À época, a Confederação Brasileira de Judô disse que os resultados não haviam sido fruto de seu trabalho e que a "preparação ideal" só viria em 2003. A partir das 22h30 (de Brasília), com um apronto inédito, o Brasil disputa o Mundial de Osaka (Japão) para testar a evolução apregoada pela entidade.
As eliminatórias ocorrem na noite do Brasil e manhã do Japão. As finais na manhã brasileira.
O discurso é otimista. "A motivação não é apenas a vaga olímpica [os cinco primeiros países em cada categoria se classificam para Atenas], mas conseguir a medalha de ouro inédita", disse o diretor técnico da CBJ, Ney Wilson.
A entidade, que recebeu cerca de R$ 940 mil em 2002 referentes ao repasse da Lei Piva, enviou em fevereiro os atletas da equipe permanente para a disputa do circuito europeu, que reúne os principais judocas do mundo.
Em abril, a CBJ trouxe para treinar no país atletas da Holanda, da Bélgica, do México e da Venezuela. No fim de junho, o time masculino fez ainda um estágio em Paris com judocas franceses, japoneses, russos e italianos.
Em 2001, sem patrocinador e sem receber verbas federais devido a contas não aprovadas pelo Tribunal de Contas da União na gestão do então presidente Joaquim Mamede, os brasileiros perderam os principais eventos preparatórios na Europa.
Neste ano, a delegação nacional viajou para o Japão em 30 de agosto, ou seja, com 12 dias de antecedência, tempo utilizado para aclimatação e treinamento. Há dois anos, o embarque para Munique ocorreu cinco dias antes do início do Mundial. Em Birmingham-99, apenas três dias.
Na edição alemã, a então saída de Mamede da presidência da CBJ, quatro meses antes, foi a explicação dada pela entidade para o fato de o país passar em branco no quadro de medalhas pela primeira vez desde 1991 -foram quatro Mundiais com pódio.
À época, Wilson alcançou o comando técnico. Luiz Shinohara e Floriano Almeida assumiram as seleções masculina e feminina, respectivamente. E adotaram o discurso jogando para 2003.
Discurso entoado antes do Pan de Santo Domingo, no mês passado. O presidente da CBJ, Paulo Wanderley, afirmou que esperava subir ao pódio nas 14 categorias, em um prognóstico que classificou como "pés no chão".
O país levou dez medalhas, igual a Winnipeg-99, mas saltou de um para cinco ouros. O desempenho foi o seu segundo melhor, atrás apenas do de 1987 (12 pódios).
"As medalhas no Pan aumentaram a confiança dos atletas. Em 2001, em Munique, não conseguimos nenhuma, mas, neste ano, será diferente", disse Wilson.
Tanta confiança foi refletida em discurso de Wanderley após o Pan, no qual disse esperar ver cumprida promessa do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, no início do ano. Este dissera que as confederações que obtivessem os melhores resultados teriam direito a uma parcela maior da Lei Piva em 2003 e 2004.
"Espero e acredito que seja assim. É em função dos recursos que os resultados apareceram", declarou. (MARCELO SAKATE)


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