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JUDÔ
Após fiasco em 2001, CBJ tenta comprovar salto do Pan em busca de ouro inédito no Japão e mais verbas da Lei Piva
País testa preparo e evolução no Mundial
DA REPORTAGEM LOCAL
Há dois anos, o país não subiu
ao pódio e registrou sua pior campanha em uma década. À época, a
Confederação Brasileira de Judô
disse que os resultados não haviam sido fruto de seu trabalho e
que a "preparação ideal" só viria
em 2003. A partir das 22h30 (de
Brasília), com um apronto inédito, o Brasil disputa o Mundial de
Osaka (Japão) para testar a evolução apregoada pela entidade.
As eliminatórias ocorrem na
noite do Brasil e manhã do Japão.
As finais na manhã brasileira.
O discurso é otimista. "A motivação não é apenas a vaga olímpica [os cinco primeiros países em
cada categoria se classificam para
Atenas], mas conseguir a medalha de ouro inédita", disse o diretor técnico da CBJ, Ney Wilson.
A entidade, que recebeu cerca
de R$ 940 mil em 2002 referentes
ao repasse da Lei Piva, enviou em
fevereiro os atletas da equipe permanente para a disputa do circuito europeu, que reúne os principais judocas do mundo.
Em abril, a CBJ trouxe para treinar no país atletas da Holanda, da
Bélgica, do México e da Venezuela. No fim de junho, o time masculino fez ainda um estágio em
Paris com judocas franceses, japoneses, russos e italianos.
Em 2001, sem patrocinador e
sem receber verbas federais devido a contas não aprovadas pelo
Tribunal de Contas da União na
gestão do então presidente Joaquim Mamede, os brasileiros perderam os principais eventos preparatórios na Europa.
Neste ano, a delegação nacional
viajou para o Japão em 30 de
agosto, ou seja, com 12 dias de antecedência, tempo utilizado para
aclimatação e treinamento. Há
dois anos, o embarque para Munique ocorreu cinco dias antes do
início do Mundial. Em Birmingham-99, apenas três dias.
Na edição alemã, a então saída
de Mamede da presidência da
CBJ, quatro meses antes, foi a explicação dada pela entidade para
o fato de o país passar em branco
no quadro de medalhas pela primeira vez desde 1991 -foram
quatro Mundiais com pódio.
À época, Wilson alcançou o comando técnico. Luiz Shinohara e
Floriano Almeida assumiram as
seleções masculina e feminina,
respectivamente. E adotaram o
discurso jogando para 2003.
Discurso entoado antes do Pan
de Santo Domingo, no mês passado. O presidente da CBJ, Paulo
Wanderley, afirmou que esperava
subir ao pódio nas 14 categorias,
em um prognóstico que classificou como "pés no chão".
O país levou dez medalhas, igual
a Winnipeg-99, mas saltou de um
para cinco ouros. O desempenho
foi o seu segundo melhor, atrás
apenas do de 1987 (12 pódios).
"As medalhas no Pan aumentaram a confiança dos atletas. Em
2001, em Munique, não conseguimos nenhuma, mas, neste ano,
será diferente", disse Wilson.
Tanta confiança foi refletida em
discurso de Wanderley após o
Pan, no qual disse esperar ver
cumprida promessa do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, no início do ano. Este dissera que as confederações que obtivessem os melhores resultados teriam direito a uma parcela maior
da Lei Piva em 2003 e 2004.
"Espero e acredito que seja assim. É em função dos recursos
que os resultados apareceram",
declarou.
(MARCELO SAKATE)
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