São Paulo, domingo, 10 de setembro de 2006

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velho tabu

Novos corintianos desafiam jejum

Time de Leão terá César, Magrão e Amoroso para tentar pôr fim ao período de três anos sem vitórias sobre o São Paulo

Desde 2003, clube usou 66 atletas, teve sete técnicos e agora joga afastado da MSI, que demitiu quatro treinadores após fracassos contra o rival

EDUARDO ARRUDA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

No Corinthians, eles passam, e o tabu continua intacto. No São Paulo, eles passam, e a invencibilidade é saboreada. Na história dos últimos três anos do clássico, que terá mais um capítulo hoje, às 16h, o clube do Parque São Jorge colocará novas fichas em campo na tentativa de quebrar a banca do rival.
Desde junho de 2003, os são-paulinos, que lideram o Brasileiro, reinam soberanos contra os adversários. Foram dez jogos, com sete vitórias e três empates -ou oito triunfos, se contabilizado o 3 a 2 pelo Nacional de 2005 que acabou anulado pela Justiça Desportiva.
Nesse período, o clube do Parque São Jorge levou a campo 66 jogadores, 14 a mais que o algoz. Hoje à tarde, no Morumbi, serão mais três -Amoroso, César e Magrão, que fazem a badalada estréia com o peso de quebrar a incômoda escrita.
"Tem essa coisa de o São Paulo vir como favorito, de estar ganhando sempre, mas temos de mudar isso", afirma o ex-palmeirense Magrão. Missão inglória. No time tricolor, apenas o zagueiro Alex Silva ainda não tirou casquinha do rival.
Nesta tarde, os corintianos terão deixado para trás 48 atletas que ajudaram a construir o indigesto jejum. No São Paulo, 35 felizardos que participaram desse capítulo do clássico já se foram, mas a equipe mantém quatro atletas desde 2004, enquanto o único remanescente do rival é o zagueiro Betão, que, ao lado de Marcelo Mattos, foi quem mais atuou no período de seca -cinco partidas cada um.
Dois dos que saíram do Morumbi estão do outro lado hoje: Emerson Leão e Amoroso.
Leão, aliás, é o sétimo técnico a comandar o Corinthians em tempos de jejum. E foi um dos cinco treinadores são-paulinos a passar por cima do alvinegro.
Agora, virou o símbolo de uma nova era pregada pelos corintianos, sem a interferência da MSI de Kia Joorabchian.
No reinado de um ano do executivo, que deve comunicar sua saída da parceria, o São Paulo foi um adversário implacável, provocando a demissão de quatro de seus sete técnicos.
Os estreantes no clássico, mesmo recebendo salários do fundo de investimentos, se dizem alinhados com o presidente corintiano, Alberto Dualib. A exemplo de Leão, bancado pelo cartola. "Pela demonstração da situação atual, os corintianos já perceberam, pelo desempenho do time, que voltamos a ser vitoriosos e competitivos depois da vinda do Leão", diz, empolgado, Dualib, sobre o time que deixou a zona do rebaixamento e ocupa a 15ª posição.
"Esperamos voltar à época em que só nós vencíamos o clássico", completa o dirigente corintiano, que acompanhará a partida de Londres, onde está há quase duas semanas.
"O tabu incrementa o clássico. A volta do Amoroso é importante. Ele ficou escondido na sombra da reserva na Europa", fala o superintendente são-paulino, Marco Aurélio Cunha, que fez questão de provocar os rivais durante a semana.


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