São Paulo, domingo, 10 de setembro de 2006

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FIA pune Alonso e Ferrari festeja grid

Apesar do 2º lugar, Schumacher celebra por ter ficado à frente do espanhol da Renault (10º), seu rival na luta pelo título

Kimi Raikkonen, que será anunciado pela escuderia italiana hoje, supera alemão por apenas dois milésimos e larga na frente na Itália

Fatih Saribas/Reuters
Com Schumacher ao fundo, Raikkonen festeja 3ª pole no ano


FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MONZA

Cena rara, Michael Schumacher perdeu uma disputa na pista mas sorria ontem em Monza. Porque viu Fernando Alonso ficar bem para trás no grid do GP da Itália. E porque, à sua frente está um neo-aliado, um dos outros dois personagens do anúncio mais aguardado dos últimos 13 anos na F-1.
Kimi Raikkonen, que hoje será confirmado como piloto ferrarista, superou o alemão por dois milésimos de segundo. Foi sua 11ª pole na categoria e a terceira no ano. A Schumacher, coube o segundo posto.
Arqui-rival do alemão, Alonso, 12 pontos a mais no Mundial, fez o quinto tempo no treino, mas foi punido e sairá em décimo. A FIA acatou protesto da Ferrari e anulou as três melhores voltas do espanhol, que teria bloqueado Felipe Massa no fim da sessão.
A largada para o GP da Itália, 15ª etapa da temporada, acontece às 9h (de Brasília), com TV.
"Estou numa posição confortável. O grid não é ruim para minhas pretensões no campeonato. É claro que é melhor ver o Fernando atrás do que na frente", afirmou o alemão, que vive hoje um dos momentos mais importantes de sua vida.
Há exatos 45 dias, em 27 de julho, em Hockenheim, a Ferrari prometeu revelar hoje seus pilotos para a próxima temporada. O finlandês correrá e, assim, são três as combinações possíveis: Raikkonen-Schumacher, Raikkonen-Massa ou uma lista tríplice, adiando a decisão para o fim do ano.
A segunda hipótese decretaria a aposentadoria do piloto mais vencedor da história da F-1. Daí, toda a expectativa.
Desde que Alain Prost anunciou que pararia, no fim de 93, abrindo a cobiçada vaga na Williams, a categoria não falava tanto sobre um anúncio. Na ocasião, a imprensa especulou durante meses até que o time inglês enfim confirmasse a contratação de Ayrton Senna.
Seguindo a linha que impôs desde que pisou em Monza, Schumacher não respondeu a perguntas sobre seu futuro.
"O carro funcionou bem, foi forte e consistente. É claro que eu gostaria de estar na pole aqui, na casa da Ferrari, mas amanhã [hoje] será o dia mais importante do fim de semana. Seria ótimo se o resultado da corrida fosse parecido com este, do treino", disse o alemão.
Seu atual companheiro não estava tão sorridente. Pole e vencedor da última etapa do campeonato, o GP da Turquia, Massa reclamou de Alonso.
"Perdi pelo menos três décimos de segundo no último trecho da minha melhor volta. Ele tinha saído dos boxes, estava aquecendo pneus e eu estava na minha volta rápida. É claro que ele tinha que abrir, falamos isso em todas as reuniões dos pilotos", reclamou o brasileiro, antes da divulgação da punição.
Mérito da questão à parte, fosse três décimos mais rápido, Massa conquistaria o primeiro posto: ficou a 0s220 do homem que pode sucedê-lo no time.
Alonso negou ter deliberadamente atrapalhado o ferrarista. E refutar a acusação não foi sua única preocupação ontem à tarde. No último bloco do treino, o pneu traseiro direito de seu carro explodiu. Ao lado da Michelin e da Renault, o espanhol buscava explicações e mostrava receio para a prova.
Não bastasse isso, o piloto espanhol ainda está usando antiinflamatório para aliviar dores no joelho direito.
Nos bastidores, o mundo sabe há 45 dias, será um domingo vermelho. Dentro da pista, Schumacher imagina desde ontem, também pode ser.
GP da Itália Globo, ao vivo, às 9h


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