São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2004

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Criticados por Parreira durante a semana, Ronaldo, Ronaldinho e Kaká têm boa atuação em Maracaibo, e Brasil termina o 1º turno das eliminatórias para a Copa-2006 como líder

Trio acorda, e seleção goleia

Juan Carlos Solorzano/France Presse
Ronaldo (à esq.) comemora com Kaká seu segundo gol, o quarto da seleção brasileira na goleada sobre a Venezuela, ontem à noite


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MARACAIBO

"No, no se puede!". Ao final da primeira metade das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2006, o Brasil reina soberano no continente.
Ao bater a Venezuela por 5 a 2, ontem à noite, em Maracaibo, o time ratificou a liderança do qualificatório, com 19 pontos, encerrou o turno inicial como única seleção invicta e viu seu estelar trio de atacantes desencantar.
Com gols de Kaká (2) e Ronaldo (2), o trio dos sonhos funcionou pela primeira vez junto com a camisa amarela após passar em branco por 279 minutos e levou o time à primeira goleada da seleção em 17 jogos por eliminatórias.
A última (6 a 0) havia sido justamente contra o rival de ontem, pelo qualificatório da Copa-2002.
Ronaldo, principal atacante da equipe, interrompeu jejum de sete jogos sem marcar e continua artilheiro do torneio, com nove gols. Kaká, que havia marcado só quatro vezes pela seleção, ontem chegou a quatro tentos nas eliminatórias e é o vice-goleador do time nacional no classificatório.
Ronaldinho, que trocou o número de camisa com Kaká (7) e atuou com a 10, passou em branco, mas participou do lance do primeiro gol. O trio fez 9 das 20 finalizações brasileiras, segundo o Datafolha. Com os cinco gols de ontem, a equipe nacional chegou a 19, o melhor da competição.
"A diferença em nosso favor é que quando a bola chega na frente temos jogadores com capacidade incrível para decidir", declarou Parreira, que reclamou da "preguiça" do trio durante a semana.
A vitória de ontem sobre seu maior saco de pancadas no continente (14 vitórias em 14 jogos) ratifica a supremacia brasileira na América do Sul e desmente as faixas freqüentemente colocadas pelos torcedores rivais nos países vizinhos com os dizeres "Si, se puede", em referência à possibilidade de derrubar o campeão mundial.
Desta vez, o Brasil caminha tranqüilo para assegurar um lugar no próximo Mundial, na Alemanha, ao contrário do que ocorreu nas duas últimas eliminatórias, quando a seleção penou para obter a classificação.
Ontem, a faixa estava lá, e já no sexto minuto, foi derrubada. Na terceira tentativa, o trio dos sonhos se materializou em campo com o belo gol de Kaká, que tabelou com Ronaldinho, deu um drible desconcertante no zagueiro e tocou na saída do goleiro.
O Brasil cadenciava o jogo, trocava passes com facilidade, envolvia o adversário e, quando estava sem a bola, marcava o rival em seu campo de defesa.
Mesmo dominados, os venezuelanos conseguiram dar alguns sustos no time brasileiro, principalmente em contra-ataques -Dida fez boas defesas.
A essa altura, o Brasil já havia recuado e tentava explorar os contragolpes. Foi dessa forma que o time chegou ao segundo gol, de novo com Kaká, que aproveitou boa jogada de Ronaldo.
O Brasil, que até ontem havia feito só 4 de seus 16 gols no segundo tempo do qualificatório, mudou essa escrita. Pior para a Venezuela, que só havia sofrido oito gols no torneio até ontem.
Em cinco minutos, Ronaldo desencantou ao marcar duas vezes. Adriano, que substituiu Kaká, fez o quinto. Os venezuelanos, que haviam marcado só uma vez contra os brasileiros em eliminatórias, fizeram dois com Morán.

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