DA REPORTAGEM LOCAL

Emerson Leão, 55, vai reencontrar hoje o clube que lhe proporcionou sua maior glória como profissional, mas que também lhe causou uma de suas maiores desilusões como técnico.
Hoje, no clássico entre Santos e São Paulo, às 16h, na Vila Belmiro, pela Copa Sul-Americana, virão à tona as lembranças do inédito título brasileiro de 2002 e a demissão do clube, dois anos depois, quando, ainda no Equador, após derrota na Libertadores para a LDU, perdeu o cargo.
Contornos semelhantes ao de 2001, quando perdera o posto de técnico da seleção brasileira -foi avisado de sua dispensa em um aeroporto japonês.
Para o lugar de Leão foi contratado Vanderlei Luxemburgo. Um jogo de cartas marcadas, como disse o atual técnico do São Paulo em conversas reservadas.
A mágoa: Luxemburgo teria se oferecido para voltar à Vila Belmiro antes mesmo de Leão ter sua saída do clube anunciada.
Hoje, os dois treinadores não se falam. Luxemburgo diz que jamais forçou a barra para dirigir o Santos. Leão prefere evitar o assunto: "Não falo sobre meus adversários. Seria antiético".
Mas, apesar das mágoas, não vê problema em retornar ao estádio de seu adversário hoje.
"Vou retornar com prazer à Vila Belmiro. Trabalhei no Santos em duas oportunidades e conquistei muitas coisas lá. Ganhei espaço na mídia e também no campo profissional", afirmou.
"Sempre fui bem recebido. Tenho alegria mesmo em voltar. Sei que vou trabalhar em outros times e, um dia, trabalharei lá novamente", diz Leão, que receberá os adversários mais duas vezes em sua nova casa, o Morumbi, no jogo de volta da Sul-Americana e pelo Campeonato Brasileiro.
Enquanto Leão agrada à diretoria são-paulina, de olho nos dólares do torneio continental, e ressalta a importância da Copa Sul-Americana, Luxemburgo tem feito críticas sistemáticas ao torneio.
"É um momento de parada para que todos os jogadores descansem. E agora teremos que dividir a nossa atenção mais uma vez", declarou Luxemburgo, mais preocupado com o Brasileiro.
Apesar disso, Luxemburgo afirma que sua equipe entrará com "vontade" no clássico. "O que quero falar é que eu nunca vou entrar em campo para perder, nunca vou pedir para jogador meu entrar para perder", disse. (EDUARDO ARRUDA)