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Após confessar manipulação de jogos, Edilson Pereira de Carvalho acusa, sem provas, ex-chefe da arbitragem de pressioná-lo para favorecer times
Armando Marques pedia fraude, diz juiz
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Pivô do escândalo de arbitragem-admitiu que fraudava jogos de futebol- ,o juiz Edilson
Pereira de Carvalho acusou ontem o ex-presidente da comissão
de Arbitragem da CBF Armando
Marques de pedir-lhe para favorecer times em competições nacionais. Segundo ele, isso acontecia pelo menos desde 2001.
À Folha, Carvalho afirmou que
não tem provas das interferências
de Marques. Mas contou que tem
registradas em seu computador
as vezes em que o ex-homem-forte da arbitragem pediu que beneficiasse alguma equipe.
Procurado, Armando Marques
não quis falar com a Folha.
Carvalho ainda confirmou que
o vice da Federação Paulista de
Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro
Bastos, também o orientava a
fraudar resultados. As interferências dos dois dirigentes, porém,
não têm relação com o esquema
de apostas em sites clandestinos,
descoberto pela Polícia Federal.
"Só que não tenho provas. Tenho comigo historinhas", explicou Carvalho, em referência a
Marques e a Carneiro Bastos.
"Tudo [está] escrito aqui no meu
computador. Vou guardando."
O árbitro, que desconhece pressão a outros juízes, disse que vai
contar hoje quando Marques lhe
pediu para favorecer times. Ontem, só citou um jogo, das oitavas-de-final da Copa do Brasil de
2001, entre Flamengo e Juventude. Segundo Carvalho, Marques
lhe pediu para beneficiar a equipe
carioca. O juiz expulsou dois jogadores do Flamengo, mas, como o
time carioca se classificou, sua
atuação foi aprovada.
Ele explicou que o ex-diretor da
CBF ligava para sua casa ou para o
seu celular para falar sobre a forma de apitar jogos.
"Provas tenho do jogo", disse o
árbitro. "Tenho o que pode acontecer comigo depois do jogo.
(...)Ficava fora de escala."
O juiz negou pedidos de favorecimento do vice-presidente da
CBF, Nabi Abi Chedid, a quem citara ao depor à Justiça Desportiva.
A princípio, o presidente do
STJD, Luiz Zveiter, descartou mudanças em competições já terminadas. Sobre Marques, que já é investigado no tribunal, Zveiter vai
esperar a divulgação das acusações para tomar uma atitude.
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