São Paulo, segunda-feira, 10 de outubro de 2005

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VÔLEI

As regras e a Liga

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A mantes do vôlei podem se preparar: A federação internacional vai testar novas mudanças nas regras do esporte. O teste será na Liga Mundial e no Grand Prix do ano que vem. Uma delas, e que promete ser a mais terrível, é a repetição de saque, em caso de erro. É a dupla falta do tênis transportada para o vôlei.
Nestes tempos em que o saque já é um primeiro grande ataque e se torna cada vez mais decisivo, a mudança de regra vai piorar essa situação. Podendo errar na primeira tentativa, a tendência é que os jogadores arrisquem muito mais nesse fundamento e o saque se torne ainda mais violento e poderoso do que já é.
Resultado: o jogo vai ficar nivelado por baixo. Ou seja, uma equipe sem grandes recursos técnicos, mas com bons sacadores, vai equilibrar as partidas contra times mais habilidosos. Quem perde com isso é o vôlei, principalmente o masculino, que já está feio e vai ficar mais ainda.
O que torna o jogo mais bonito? As variações de jogadas e as defesas. Com o saque mais violento, a tendência é maior dificuldade na recepção e, em conseqüência, menos velocidade e variação de jogadas. Vai ser um jogo de mais força, desfavorável ao Brasil, um time técnico e com belas jogadas.
O que não dá para entender é o que a federação internacional pretende com isso. Em média, a dupla falta no saque vai aumentar o tempo de uma partida de cinco sets em dez minutos. Isso contradiz as alterações anteriores, como o fim da vantagem, que sempre sinalizaram uma redução no tempo de jogo.
A outra mudança em teste será a possibilidade de incluir um segundo líbero entre os 12 jogadores inscritos por partida. Como os técnicos são livres para optar por um segundo líbero ou não, essa mudança não deve vingar. Vai ser difícil algum técnico abrir mão de um atacante ou levantador para ter o segundo líbero.
Em uma coluna de lamentos, não dá também para não deixar de lembrar da situação do vôlei brasileiro. Com as seleções, vai tudo bem, mas com os clubes, as perspectivas são sombrias. Você sabia que os brasileiros já são maioria entre os estrangeiros do Campeonato Italiano masculino? Só na série principal, são 17.
Uma debandada geral. Da seleção brasileira, por exemplo, só o atacante Samuel, do Minas, continua no país. Ok, você pode argumentar que o Brasil é campeão olímpico e mundial, daí o interesse pelos nossos jogadores, e que a moeda européia é bem mais poderosa do que a brasileira.
É verdade, mas também é verdade que está na hora de a confederação brasileira e a federação paulista organizarem competições em que os clubes tenham menos despesas. Está cada vez mais reduzido o número de clubes com condições de disputar esses torneios com times competitivos.
Os representantes dos times de vôlei deveriam olhar com atenção o torneio da Nossa Liga de Basquetebol (NLB), que começa dia 25, com 18 times. A Liga é fundada e gerenciada pelos clubes, assim como a Liga Italiana, que organiza a disputa de vôlei na Itália. Esse pode ser um caminho.

Italiano 1
O Treviso, de Gustavo, derrotou o Cuneo, de Giba e Ânderson, por 3 sets a 2 (25/19, 25/17, 21/25, 29/31 e 15/13) na terceira rodada do Italiano. Ânderson marcou 25 pontos, Giba 15 e Gustavo 14. Foi a terceira vitória do Treviso e a segunda derrota do Cuneo. Na quinta, o time de Gustavo já tinha comemorado o título da Supercopa Italiana. Na decisão, venceu o Valentia, de Renato Felizardo e Murilo, por 3 sets a 0.

Italiano 2
O Perugia, time de Fofão e Walewska, arrasou o Tortoli por 3 sets a 0 (25/12, 25/15 e 25/12) na estréia do Campeonato Italiano. Walewska foi um dos destaques da partida, com 12 pontos marcados. Com 19 pontos de Sheila, o Pesaro também estreou com vitória por 3 sets a 0 (25/22, 25/10 e 25/17) sobre o Forli, equipe da central Flúvia.

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