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VÔLEI
As regras e a Liga
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A mantes do vôlei podem se
preparar: A federação internacional vai testar novas mudanças nas regras do esporte. O teste
será na Liga Mundial e no Grand
Prix do ano que vem. Uma delas,
e que promete ser a mais terrível,
é a repetição de saque, em caso de
erro. É a dupla falta do tênis
transportada para o vôlei.
Nestes tempos em que o saque
já é um primeiro grande ataque e
se torna cada vez mais decisivo, a
mudança de regra vai piorar essa
situação. Podendo errar na primeira tentativa, a tendência é
que os jogadores arrisquem muito mais nesse fundamento e o saque se torne ainda mais violento e
poderoso do que já é.
Resultado: o jogo vai ficar nivelado por baixo. Ou seja, uma
equipe sem grandes recursos técnicos, mas com bons sacadores,
vai equilibrar as partidas contra
times mais habilidosos. Quem
perde com isso é o vôlei, principalmente o masculino, que já está
feio e vai ficar mais ainda.
O que torna o jogo mais bonito?
As variações de jogadas e as defesas. Com o saque mais violento, a
tendência é maior dificuldade na
recepção e, em conseqüência, menos velocidade e variação de jogadas. Vai ser um jogo de mais
força, desfavorável ao Brasil, um
time técnico e com belas jogadas.
O que não dá para entender é o
que a federação internacional
pretende com isso. Em média, a
dupla falta no saque vai aumentar o tempo de uma partida de
cinco sets em dez minutos. Isso
contradiz as alterações anteriores, como o fim da vantagem, que
sempre sinalizaram uma redução
no tempo de jogo.
A outra mudança em teste será
a possibilidade de incluir um segundo líbero entre os 12 jogadores
inscritos por partida. Como os
técnicos são livres para optar por
um segundo líbero ou não, essa
mudança não deve vingar. Vai
ser difícil algum técnico abrir
mão de um atacante ou levantador para ter o segundo líbero.
Em uma coluna de lamentos,
não dá também para não deixar
de lembrar da situação do vôlei
brasileiro. Com as seleções, vai tudo bem, mas com os clubes, as
perspectivas são sombrias. Você
sabia que os brasileiros já são
maioria entre os estrangeiros do
Campeonato Italiano masculino?
Só na série principal, são 17.
Uma debandada geral. Da seleção brasileira, por exemplo, só o
atacante Samuel, do Minas, continua no país. Ok, você pode argumentar que o Brasil é campeão
olímpico e mundial, daí o interesse pelos nossos jogadores, e que a
moeda européia é bem mais poderosa do que a brasileira.
É verdade, mas também é verdade que está na hora de a confederação brasileira e a federação
paulista organizarem competições em que os clubes tenham menos despesas. Está cada vez mais
reduzido o número de clubes com
condições de disputar esses torneios com times competitivos.
Os representantes dos times de
vôlei deveriam olhar com atenção
o torneio da Nossa Liga de Basquetebol (NLB), que começa dia
25, com 18 times. A Liga é fundada e gerenciada pelos clubes, assim como a Liga Italiana, que organiza a disputa de vôlei na Itália. Esse pode ser um caminho.
Italiano 1
O Treviso, de Gustavo, derrotou o Cuneo, de Giba e Ânderson, por 3
sets a 2 (25/19, 25/17, 21/25, 29/31 e 15/13) na terceira rodada do Italiano. Ânderson marcou 25 pontos, Giba 15 e Gustavo 14. Foi a terceira
vitória do Treviso e a segunda derrota do Cuneo. Na quinta, o time de
Gustavo já tinha comemorado o título da Supercopa Italiana. Na decisão, venceu o Valentia, de Renato Felizardo e Murilo, por 3 sets a 0.
Italiano 2
O Perugia, time de Fofão e Walewska, arrasou o Tortoli por 3 sets a 0
(25/12, 25/15 e 25/12) na estréia do Campeonato Italiano. Walewska
foi um dos destaques da partida, com 12 pontos marcados. Com 19
pontos de Sheila, o Pesaro também estreou com vitória por 3 sets a 0
(25/22, 25/10 e 25/17) sobre o Forli, equipe da central Flúvia.
E-mail
cidasan@uol.com.br
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