Dunga põe Ronaldinho no banco, e atleta do Real é o único com a inicial no nome que marcou o Brasil recentemente

Time nacional joga hoje seu penúltimo amistoso do ano com Kaká no lugar do astro do Barcelona e ex-santista tomando a figura de estrela

DA REPORTAGEM LOCAL

A letra que era símbolo de status na seleção brasileira caiu em desgraça. Para defendê-la, como hoje, contra o Equador, às 15h, só restou Robinho.
Os "Rs" estão fora de moda. Primeiro, o tempo tirou Romário e Rivaldo das convocações. O fiasco na Copa afastou Roberto Carlos e Ronaldo das convocações de Dunga. Rogério nunca foi queridinho dos treinadores. Agora é Ronaldinho que está em baixa.
O duas vezes melhor jogador do planeta vai ficar na reserva hoje, no amistoso marcado para a fria Suécia. E, desta vez, não há desculpa de lesão. Poupar é outra palavra difícil de justificar. Jogadores que entraram em campo contra um combinado do Kuait, no sábado, começam o confronto diante dos ascendentes equatorianos.
Dunga optou pela volta de Kaká na vaga de Ronaldinho.
Os dois deveriam ser as maiores estrelas na renovada seleção de Dunga, mas esse status, seja pela escalação ou pelas palavras de Dunga, pertence a Robinho, o único "R" na equipe titular para o jogo de hoje.
Robinho disputou os quatro jogos da nova era Dunga. Dos jogadores de linha, é o que mais tempo ficou em campo: 259 minutos. Ele fez belas jogadas, como no primeiro gol da partida diante da Argentina, e um gol contra os árabes no sábado.
E isso bastou para o treinador se encantar com o atacante, reserva no Real Madrid.
"Há poucos jogadores no futebol atual com as qualidades de Robinho: velocidade, drible e imaginação", disse Dunga.
O atacante vê a seleção como trampolim para recuperar a titularidade no time espanhol, cujo treinador, Fabio Capello, não mostra sobre ele o mesmo entusiasmo que Dunga. "Vou procurar muito mesmo demonstrar meu futebol aqui."
Como é seu costume, Dunga não explicou a ida de Ronaldinho para a reserva com o discurso de que não comenta individualidades e de que no seu time não há titulares eternos.
Mas não deixou de comentar que Elano é hoje figura certa nas suas escalações. "Ele fez por merecer isso", falou o treinador gaúcho, que está invicto até agora no cargo, com três vitórias e um empate.
Ronaldinho, também em má fase no Barcelona, afirmou que não vê problema de ficar no banco de reservas.
"O importante é que ele dá oportunidade a todos", falou o meia-atacante, que, assim como fazia nos tempos de Carlos Alberto Parreira, disse não ver problema em jogar numa função diferente da que executa no clube catalão.
Na Suécia, ele também comentou o seu longo jejum de gols com camisa da seleção (já são 12 jogos). "Não é importante quem marca os gols. O importante é ajudar o time a marcar", disse o camisa 10.
Depois do jogo de hoje, a seleção faz apenas mais uma partida em 2006: contra a Suíça, em novembro, na Basiléia.
O adversário será observado por Dunga. Após o jogo de hoje, ele não volta para o Brasil. Ele fica na Europa, ao lado do auxiliar Jorginho, para assistir ao amistoso entre Suíça e Áustria, países que vão sediar a fase final da Eurocopa em 2008.