São Paulo, sábado, 10 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dirigentes festejam inclusão, mas lamentam suas situações no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao mesmo tempo em que festejam a inclusão de suas modalidades no programa olímpico dos Jogos em 2016, dirigentes do golfe e do rúgbi lamentam suas realidades no país. ""É uma felicidade jogar em um local com tradição como São Januário", disse Pierre Paparemborde, diretor técnico da ABR (Associação Brasileira de Rúgbi), que acumula o cargo de técnico da seleção nacional, referindo-se ao estádio do Vasco. ""[Jogar em estádio de futebol] é uma prática condenada pela junta internacional", reconheceu o dirigente. ""Só que esta é a realidade do rúgbi por aqui, existem somente cinco campos oficiais no Brasil. Para jogar, temos de improvisar, colocar nos gramados de futebol as marcações do rúgbi." O diretor-executivo da Junta Internacional de Rúgbi, Mike Miller, reafirmou seu credo ao declarar, ontem, que São Januário ""será, durante e após a Olimpíada, um espaço inteiramente dedicado" ao esporte. ""Mais significativo do que jogar em São Januário é um atleta poder desfilar no Maracanã [na abertura] com uma bola oval", declarou Paparemborde. Até ontem preocupava o presidente da ABR, Aluísio de Oliveira Dutra Jr., um empecilho técnico que acreditava poder impedi-lo de receber a verba da Lei Piva, oriunda das loterias: o fato de não ser confederação. "Estamos andando com isso no ritmo possível. É uma mudança que envolve algumas discussões. Mas a parte jurídica está totalmente pronta", disse. O Comitê Olímpico Brasileiro informou, por meio de sua assessoria, que ""basta ser a entidade dirigente da modalidade em âmbito nacional". Presidente da Confederação Brasileira de Golfe, Rachid Orra diz não ter no papel planejamento a ser apresentado ao COB sobre a utilização da verba da Lei Piva a partir de 2010. O repasse foi confirmado pelo comitê logo após a escolha em Copenhague. Carlos Arthur Nuzman, que comemorou a entrada dos esportes no programa, pediu votos para as duas modalidades antes do pleito. ""Quisemos esperar a confirmação hoje [ontem] da entrada do golfe na Olimpíada, por isso não há plano", afirmou Orra. ""Mas temos algumas ideias." A principal delas é democratizar a prática da modalidade. Com vistas à Olimpíada carioca, a confederação sugere a construção de campos públicos e semipúblicos. Hoje, apenas tem condições de praticar golfe quem é sócio de um clube. A confederação mira intercâmbio com a Argentina, que conta com golfe de melhor qualidade, o envio de atletas para fora do Brasil e a contratação de treinadores estrangeiros. Essa última iniciativa tradicionalmente é vista com bons olhos pelo COB. (EO E MB)


Colaborou SANDRO MACEDO , da Reportagem Local

Texto Anterior: Rio terá campeões de audiência
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.