DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo quase conseguiu evitar uma derrota que, no início do segundo tempo, parecia iminente. Mas só ficou no "quase".
Após deixar o Atlético-PR abrir uma vantagem de 3 a 0, o time do Morumbi chegou a empatar, mas deixou que a equipe paranaense fizesse seu quarto gol, ontem, na Arena da Baixada, e vencesse o jogo por 4 a 3 -resultado que acabou com uma sequência de quatro triunfos do time paulista.
A derrota são-paulina no Paraná manteve um tabu de 21 anos. Desde 1982 o São Paulo não vence fora de casa o Atlético-PR.
Além disso, o tropeço deu oportunidade aos rivais diretos na luta por uma vaga na Libertadores-2004 se aproximarem -Inter e São Caetano venceram seus jogos nesta rodada e diminuíram o déficit em relação ao São Paulo de seis para três pontos.
A rodada só não foi pior para o clube paulista graças à derrota do Coritiba para o Fluminense (3 a 2) anteontem, que manteve a equipe paranaense com seus 68 pontos, na quarta posição.
Agora, o São Paulo terá dois jogos em casa (Vitória e Flamengo) e dois fora (Ponte Preta e Inter), para conseguir os sete pontos que precisa para se garantir matematicamente no torneio continental do ano que vem.
O São Paulo entrou em campo de maneira cautelosa, com três zagueiros (Jean, Lugano e Gustavo Nery) mais três volantes, sendo um deles (Alexandre, e depois Adriano, que o substituiu ainda na primeira etapa) mais recuado.
O esquema conseguiu conter as ações ofensivas do Altético-PR por quase todo o primeiro tempo. Até os 37min, quando Adriano cometeu um pênalti, convertido em gol por Fernandinho.
Na cobrança, os são-paulinos reclamaram, sem razão, que o atacante paranaense teria dado um leve toque na bola antes de tocar para a rede.
Seis minutos depois, quando ainda tentava assimilar o gol sofrido, o São Paulo levou mais um. Após cobrança de escanteio, Fernandinho antecipou seus marcadores e desviou a bola para o gol. Antes de entrar, ela ainda tocou no lateral são-paulino Fabiano.
A desvantagem no placar descontrolou os jogadores do time do Morumbi. No início do segundo tempo, Gustavo Nery, que atuava como o zagueiro pela esquerda da defesa paulista, subia ao ataque ao mesmo tempo que Fabiano, deixando o setor vulnerável aos contra-ataques.
E foi dessa maneira que, aos 5min da etapa final, o Atlético-PR marcou pela terceira vez. O atacante Ricardinho recebeu a bola próximo à lateral, tocou a bola por entre as pernas de Gabriel, que deslocara do outro lado do campo para cobrir a jogada, invadiu a área e arrematou. Rogério fez boa defesa, mas no rebote Adriano tocou para a rede.
Logo em seguida, aos 7min, Luis Fabiano deu início à reação são-paulina, ao marcar, de pênalti, seu 29º gol no Brasileiro -o atacante se igualou na artilharia a Dimba e ao recorde de Edmundo.
Esse pode ter sido o último gol de Luis Fabiano no Nacional. O atacante será julgado amanhã no STJD pela expulsão diante do Corinthians, em 12 de outubro.
Quando a situação parecia ter piorado - aos 24min, Jean foi expulso -Rojas resolveu arriscar. O técnico, que havia sacado Gabriel para a entrada do meia Souza, abdicou do 3-5-2 ao tirar Gustavo Nery e colocar um terceiro atacante: Diego Tardelli.
Três minutos depois de ficar com um jogador a menos, o São Paulo chegou a seu segundo gol: Lugano marcou de cabeça.
Aos 32min, veio o empate. Diego Tardelli fez boa jogada individual pela direita, invadiu a área e finalizou: 3 a 3.
Mas a reação são-paulina parou por aí. Ao tentar virar a partida, o time paulista abandonou o setor defensivo e propiciou ao rival, num contra-ataque pela esquerda, marcar pela quarta vez. Sem marcação, Fernandinho levou a bola até a área e tocou para Jadson arrematar para o gol e acabar com as esperanças são-paulinas.
"Conseguimos uma boa reação. Só faltou o empate", lamentou Rogério no fim do jogo.
Na quarta-feira, o São Paulo pega o The Strongest (Bolívia) no Morumbi, pelas quartas-de-final da Copa Sul-Americana.


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