São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2005

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AÇÃO

WCT e WCS

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

"Eu vim aqui pra te ver." A frase atribuída a Gisele Bündchen seria para Kelly Slater, enquanto este afortunado disputava a etapa americana do Mundial de surfe em Trestles, Califórnia. Sobraram especulações a partir da visita da modelo, mas amigos do agora heptacampeão dizem que são infundadas.
Quem não quer ver o maior fenômeno do surfe em ação? Em Santa Catarina, nos últimos dias, foram milhares de pessoas na areia, além de milhões que acompanharam ao vivo pela internet e pela TV. Mas o show não foi o que se esperava. Pelo terceiro ano consecutivo, as boas ondas que rolam em Florianópolis e na região não deram as caras no Nova Schin Festival, e Slater teve que amargar um nono lugar na prova e ficar na torcida para festejar seu sétimo título da arquibancada.
Deu certo, graças ao australiano Nathan Hedge, o responsável pela eliminação de Andy Irons, seu único rival nos últimos anos.
Desde que voltou ao tour em 2002, Slater teve o havaiano como o homem a ser vencido e demorou para conseguir o feito. Não à toa Slater considera este o título mais importante e difícil da sua carreira e também o seu melhor ano no circuito. Diz que agora vai ao Havaí de férias e faz segredo sobre sua presença no WCT em 2006.
Quanto aos atletas brasileiros, esperava-se mais, especialmente considerando as condições das ondas, características de beach break com as quais estamos mais bem adaptados. Dos 20 que iniciaram a prova, graças às inúmeras ausências de ranqueados, só dois estavam entre os 16 melhores, mas foram longe. Raoni Monteiro chegou à semifinal e viu suas chances de seguir na elite em 2006 crescerem: ocupa agora a 30ª posição e vai ao Havaí motivado pelo seu melhor resultado no WCT. Victor Ribas disputou a final com Damien Hobgood e perdeu por décimos e com a avaliação atribuída a uma das ondas do americano contestada. O resultado o levou ao 14º lugar e à garantia na elite por mais uma temporada.
Com ou sem Gisele, Slater teve a torcida do seu lado desde o início. "Se vencesse em casa, não teria tudo isso. As pessoas festejaram como se eu fosse brasileiro."

 

Quem também esteve em Floripa foi Bob Burnquist, para assistir e surfar com o amigo Slater. Depois, veio a São Paulo para, no final de semana, vencer a etapa brasileira do Mundial de skate no vertical. A prova do World Cup of Skateboarding no Ibirapuera pode ser considerada a de mais alto nível realizada no país. Apesar de poucos gringos, os brasileiros deram conta do recado e mantiveram a reputação de segunda potência mundial do carrinho.
No pódio, entre os três primeiros, Bob, Rodrigo Menezes e Sandro Dias, havia cinco títulos mundiais acumulados. Entre os estrangeiros, Neal Hendrix e Max Dofour mostraram um skate sólido, mas não tiveram vida fácil para chegar entre os finalistas.
De resto, impressionou a vibração do público, que delirou com as manobras e festejou a vitória de Bob e o terceiro título mundial de Sandro "Mineirinho" Dias.

Corrida de aventura
Começa na segunda, na Nova Zelândia, a Southern Traverse, prova que tem a assustadora média de 80% de desistência. A competição vale como a final do Mundial da ARWC e terá três times brasileiros.

Mundial de kitesurfe em Fortaleza
Começou ontem o SuperKite Brasil 2005, etapa final do circuito. São 88 inscritos nas modalidades freestyle e wave. Vai até domingo.

Skate brasileiro nos EUA
Lincoln Ueda é destaque na matéria de capa do "Wall Street Journal" que trata do crescimento do esporte e a influência brasileira. E neste sábado na Califórnia tem a pré-estréia do filme "A realidade de Bob Burnquist", dirigido e protagonizado pelo brasileiro.

E-mail: sarli@trip.com.br

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