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inflação
Seleção em São Paulo custa mais caro
Ingresso mais barato para partida contra o Uruguai, no Morumbi, vale quase o dobro da média do resto dos países
Receita bruta com a bilheteria da eliminatória supera até as cotas pagas por europeus para jogos da equipe nacional na Europa
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ver a seleção brasileira no
Morumbi, contra o Uruguai, no
dia 21, tem um preço. E ele é
muito mais salgado do que nas
eliminatórias para a Copa-2010
no resto da América do Sul.
Pela lista de preços anunciada por CBF e Federação Paulista anteontem, a entrada mais
barata (na geral, atrás dos gols
no anel inferior do estádio) vale
R$ 30. A venda das entradas começa hoje, às 10h, em oito postos espalhados na capital paulista e na região metropolitana.
Pelo câmbio atual, isso equivale a US$ 17. Nenhum país do
continente cobra tanto por seu
ingresso mais barato.
O valor médio nos outros nove países que jogam o qualificatório mundial fica em US$ 9
-na Argentina vale só US$ 5.
Os que chegam mais perto do
valor brasileiro são Chile e
Equador, que estipularam em
US$ 15 a entrada mais barata.
Só que o Chile, segundo dados coletados pelo governo
americano, tem uma renda per
capita (de acordo com o poder
de compra) estimada em 2006
de US$ 12.600. No caso brasileiro, esse valor, segundo a
mesma fonte, é de US$ 8.800.
O Equador também tem uma
particularidade que ajuda a explicar o preço próximo ao cobrado pelos brasileiros. O país
tem hoje sua economia dolarizada, o que encareceu muito o
custo de vida.
A comparação das entradas
mais caras também é ruim para
o torcedor brasileiro. O setor
VIP para o jogo contra o Uruguai custa R$ 200, ou quase
US$ 115. O ingresso de maior
valor para o jogo entre Argentina e Bolívia, em Buenos Aires,
pela terceira rodada das eliminatórias, vale menos de US$ 40.
Alguns países fazem promoções para baratear as entradas.
Equador e Colômbia, por
exemplo, vendem pacotes para
dois jogos, o que reduz o preço
de cada partida em 25%.
As arquibancadas centrais no
Morumbi para Brasil x Uruguai
custam R$ 80. Com esse valor,
convertido para euros, é possível comprar uma entrada nos
setores mais baratos do Santiago Bernabéu para um jogo do
Real Madrid pelo Espanhol.
Cobrando caro, a CBF consegue, com a bilheteria das eliminatórias, valores até superiores
ao que alcança de cota por seus
amistosos, cujo valor hoje é
prejudicado pelo real valorizado em relação ao dólar.
No jogo contra o Equador, no
Maracanã, com o preço dos ingressos mais baratos do que para o confronto no Morumbi
contra os uruguaios, a arrecadação bruta ficou em R$ 2,173
milhões, ou US$ 1,24 milhão.
Na média, um amistoso da seleção pentacampeão na Europa
vale hoje US$ 1 milhão.
A CBF se aproveita do longo
tempo que equipe ficou sem jogar no seu país.
O time passou sete anos sem
atuar no Rio antes encarar o
Equador. Os paulistas não têm
a oportunidade de ver um jogo
de eliminatórias desde 2004,
quando o time nacional ganhou
da Bolívia no Morumbi.
Em 2005, na despedida de
Romário, mas só com jogadores
que atuavam na época em clubes locais, a seleção enfrentou a
Guatemala no Pacaembu.
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