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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
Luxemburgo fracassou
Luxemburgo não foi à Argentina para dirigir seu time
contra o Argentinos Juniors.
Seu compromisso era ficar no
Brasil e montar o time para
ganhar do Grêmio. Diga-se, a
decisão era certa. Mas Luxemburgo fracassou.
O Palmeiras morreu porque não criou antídoto para o
que o Grêmio tem de melhor.
O meio-de-campo gaúcho
marca e sai para jogar como o
Palmeiras não conseguiu fazer em nenhum momento do
campeonato. Não se perdoa
nem os desfalques de Kléber e
Diego Souza. Nas vitórias, o
discurso do treinador sempre
foi de que se ganha nos pontos
corridos com o elenco. E as escolhas dos substitutos no
meio-de-campo, como Evandro e Léo Lima, passaram pelo crivo do técnico.
Ontem, Evandro e Léo Lima eram o oposto do que o
Palmeiras precisava. Os gaúchos marcavam e criavam,
com Rafael Carioca e Willian
Magrão. Os mesmos dois que
retomavam a bola, iniciavam
o ataque, sem que Evandro e
Léo Lima encostassem na
marcação. O mesmo acontecia com Tcheco, homem de
armação, visto inúmeras vezes retomando a bola na defesa. O Grêmio marcava e jogava. O Palmeiras assistia.
O técnico recordista de títulos brasileiros é o mesmo que
não chegou às últimas rodadas do Nacional disputando a
taça, desde que voltou do Real
Madrid. O mesmo que começou a semana dizendo ser o
melhor técnico do Brasil, por
sua bagagem ser maior do que
a de Muricy Ramalho. "Existe
no mundo técnico melhor do
que eu?"
Nenhum outro treinador
vive na elite do futebol brasileiro há tanto tempo. Nenhum passou 15 anos brigando por títulos. O currículo de
Luxemburgo é inquestionável
e faz dele um vencedor. Mas
hoje, é diferente.
Brilhante na montagem de
times como o Palmeiras, bicampeão em 94, o Corinthians, de 98, o Cruzeiro, de
2003, o Santos de 2004. Foi
por trabalhos assim que Gilberto Cipullo e Affonso Della
Monica fizeram tudo para ter
o treinador em 2008. O investimento no elenco e no técnico seria a receita ideal para
devolver ao Palmeiras o título
brasileiro. O ano teve o título
paulista, o oitavo de Luxemburgo, recordista de conquistas do Paulistão. Mas o projeto era ser campeão brasileiro.
Vanderlei fracassou.
UMA PÉROLA
O melhor jogador em campo no Palestra Itália foi
Tcheco, homem de marcação, criação e autor do gol da
vitória gremista. Mas quem
merece atenção especial é
Rafael Carioca. O garoto, que
levou apenas seu quarto cartão amarelo no campeonato,
ontem, não deixa passar nada. E joga sempre na bola.
PELO MEIO
Leandro apareceu algumas vezes no ataque, Élder
Granja e Evandro chegaram
a aparecer pelo lado direito.
O time até jogou mais pelos
lados do campo do que vinha
fazendo nas últimas partidas. Mas ainda ficou devendo jogadas de profundidade,
que Kléber e Diego Souza
também não ofereceram.
DOIS ZAGUEIROS
O Vasco passou quatro partidas sem vencer em seu estádio, São Januário. Perdeu para Figueirense e empatou
com o Atlético-PR jogando com dois zagueiros apenas. O
resultado deu ao treinador Renato Gaúcho a noção de
que, para se salvar, a lógica é diferente de ser campeão.
Nesse caso, é melhor ser seguro como seu Vasco foi contra o Santos. Mesmo que a vitória tenha vindo depois da
troca do zagueiro Odvan pelo atacante Edmundo.
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