São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2008

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

Luxemburgo fracassou

Luxemburgo não foi à Argentina para dirigir seu time contra o Argentinos Juniors.
Seu compromisso era ficar no Brasil e montar o time para ganhar do Grêmio. Diga-se, a decisão era certa. Mas Luxemburgo fracassou.
O Palmeiras morreu porque não criou antídoto para o que o Grêmio tem de melhor. O meio-de-campo gaúcho marca e sai para jogar como o Palmeiras não conseguiu fazer em nenhum momento do campeonato. Não se perdoa nem os desfalques de Kléber e Diego Souza. Nas vitórias, o discurso do treinador sempre foi de que se ganha nos pontos corridos com o elenco. E as escolhas dos substitutos no meio-de-campo, como Evandro e Léo Lima, passaram pelo crivo do técnico.
Ontem, Evandro e Léo Lima eram o oposto do que o Palmeiras precisava. Os gaúchos marcavam e criavam, com Rafael Carioca e Willian Magrão. Os mesmos dois que retomavam a bola, iniciavam o ataque, sem que Evandro e Léo Lima encostassem na marcação. O mesmo acontecia com Tcheco, homem de armação, visto inúmeras vezes retomando a bola na defesa. O Grêmio marcava e jogava. O Palmeiras assistia.
O técnico recordista de títulos brasileiros é o mesmo que não chegou às últimas rodadas do Nacional disputando a taça, desde que voltou do Real Madrid. O mesmo que começou a semana dizendo ser o melhor técnico do Brasil, por sua bagagem ser maior do que a de Muricy Ramalho. "Existe no mundo técnico melhor do que eu?"
Nenhum outro treinador vive na elite do futebol brasileiro há tanto tempo. Nenhum passou 15 anos brigando por títulos. O currículo de Luxemburgo é inquestionável e faz dele um vencedor. Mas hoje, é diferente.
Brilhante na montagem de times como o Palmeiras, bicampeão em 94, o Corinthians, de 98, o Cruzeiro, de 2003, o Santos de 2004. Foi por trabalhos assim que Gilberto Cipullo e Affonso Della Monica fizeram tudo para ter o treinador em 2008. O investimento no elenco e no técnico seria a receita ideal para devolver ao Palmeiras o título brasileiro. O ano teve o título paulista, o oitavo de Luxemburgo, recordista de conquistas do Paulistão. Mas o projeto era ser campeão brasileiro. Vanderlei fracassou.

UMA PÉROLA
O melhor jogador em campo no Palestra Itália foi Tcheco, homem de marcação, criação e autor do gol da vitória gremista. Mas quem merece atenção especial é Rafael Carioca. O garoto, que levou apenas seu quarto cartão amarelo no campeonato, ontem, não deixa passar nada. E joga sempre na bola.

PELO MEIO
Leandro apareceu algumas vezes no ataque, Élder Granja e Evandro chegaram a aparecer pelo lado direito. O time até jogou mais pelos lados do campo do que vinha fazendo nas últimas partidas. Mas ainda ficou devendo jogadas de profundidade, que Kléber e Diego Souza também não ofereceram.

DOIS ZAGUEIROS
O Vasco passou quatro partidas sem vencer em seu estádio, São Januário. Perdeu para Figueirense e empatou com o Atlético-PR jogando com dois zagueiros apenas. O resultado deu ao treinador Renato Gaúcho a noção de que, para se salvar, a lógica é diferente de ser campeão. Nesse caso, é melhor ser seguro como seu Vasco foi contra o Santos. Mesmo que a vitória tenha vindo depois da troca do zagueiro Odvan pelo atacante Edmundo.


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