São Paulo, terça-feira, 10 de novembro de 2009

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VÔLEI

O poder das surpresas


Tailândia e República Dominicana, rival da seleção feminina, podem surpreender nesta Copa dos Campeões


CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

SURPREENDENTE . Essa é a melhor definição para a Copa dos Campeões, que começa hoje, em Tóquio. Da elite do vôlei feminino, só Brasil e Itália disputam a competição. Cuba, EUA e China não se classificaram. Tailândia e República Dominicana são as surpresas. Vamos ver o que elas vão fazer.
O Japão é o país-sede, e a Coreia do Sul é convidada questionável. Havia melhores opções. O torneio ganharia qualidade técnica se as convidadas fossem cubanas, chinesas, americanas ou holandesas.
O Brasil estreia hoje contra uma dessas surpresas, a República Dominicana. Um jogo perigoso, principalmente porque o técnico Marcos Kwiek já foi auxiliar de José Roberto Guimarães na seleção e conhece bem Mari, Sheila e companhia.
A República Dominicana está com a bola toda. Neste ano, conquistou pela primeira vez o título do Campeonato das Américas do Norte e Central, que teve as participações de Cuba e EUA. A craque do time é a líbero Brenda Castillo, de só 17 anos. Kwiek não se cansa de elogiá-la.
A Tailândia repetiu a façanha das dominicanas na Ásia e pela primeira vez conquistou o título continental. Venceu as chinesas na final. A estrela é Onuma Sittirak, de 1,75 m e uma impulsão que compensa sua baixa estatura. A Tailândia tem um time bem técnico e que defende muito.
A seleção brasileira vai disputar o torneio sem a sua melhor central, Fabiana, que está se recuperando de tendinite no ombro direito. O time tem Thaísa e mais duas centrais que há pouco tempo tiveram problemas: Adenízia teve catapora, e Carol Gattaz sofreu lesão no pé esquerdo.
Mesmo com tudo isso, o Brasil é um dos favoritos. Nesse torneio, todas as seleções se enfrentam. Quem tiver a melhor campanha leva o título. A grande rival será a Itália, campeã europeia. No mês passado, a "azzurra" sofreu um choque com a decisão de Taismary Aguero de deixar a seleção. Será o primeiro torneio sem a cubana, naturalizada italiana.
Para muitos, como Zé Roberto, Aguero é a melhor jogadora do mundo. Tem uma pancada na mão. Além disso, tem reações tão rápidas como, por exemplo, defender e na sequência já atacar, que até parece um homem. É completa. Se precisar, até levanta. Já atuou como levantadora.
A Itália perde muito sem Aguero. Os outros dois participantes, Japão e Coreia do Sul, têm tudo para serem figurantes. Nada mais.
Para encerrar, fica o registro: não gostei da regra testada no Mundial de Clubes. Com a restrição de o terceiro toque da equipe, que estiver recebendo o saque, ser do fundo da quadra, o vôlei perde a beleza e não valoriza um bom levantador. O jogo fica mais lento, feio e previsível.
Essa regra é muito ruim para o Brasil, que tem times e seleções que jogam com velocidade e apresentam maior variedade de jogadas.

cidasan@uol.com.br


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