São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2011

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FUTEBOL

RODRIGO BUENO - rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

Licença quase nada poética para atacar Pelé

PELÉ É MITO, e atacar algo assim é sempre uma missão complicada, mesmo para quem tem senso crítico e para quem não se intimida diante do maior jogador de futebol de todos os tempos.
Falar mal do Edson muitos já falaram. Mas não farei isso com meu velho amigo. Estive no lançamento do livro "Primeiro Tempo", que mostra o início da trajetória do Rei. A coletiva foi saborosa, com o intocável tocando em diversos assuntos.
Pelé cometeu uma série de equívocos, alguns por desinformação, uns por desrespeito, o que me parece de fato deselegante (não acho que tenha sido com a Xuxa).
O Rei sugeriu que Messi visse "Pelé Eterno". Boa dica, mas não dá para ele repetir duas vezes que "Messi já tem 15 anos de carreira".
Talvez o melhor do mundo atual (só 24 anos de idade) tenha isso pela frente.
Não dá para Pelé dizer que o "Real Madrid nunca foi campeão do mundo" (o Mundial nasceu muito por conta do Real, o primeiro vencedor, em 1960) nem tratar Di Stéfano com o desdém que demonstrou. "Não sei se voltou à Argentina depois", soltou sobre o Senhor mais reverenciado em Madri.
A Majestade do futebol vive ainda de sua imagem e deveria ter cuidado ao praticamente se colocar como responsável pela Copa nos EUA, pela divisão da Copa de 2002 entre Japão e Coreia, pela realização da Copa da África do Sul (por ter levantado US$ 25 mi com Bill Gates e Bono Vox) e pela Copa de 2014 no Brasil (era candidato único, barbada).
Claro que a crítica mais fácil é dizer que Pelé quase posa de advogado de Ricardo Teixeira e do ex-ministro Orlando Silva, dupla sobre a qual "não há provas", e que defende as ingerências da Fifa no país. Mas o que doeu mesmo foi ver o maior nome do futebol desconhecer e/ou desvirtuar tanto a história de seu belo esporte.


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